Banco Nossa Caixa patrocina série de documentários sobre a história da imigração japonesa no Brasil

Filmes mostram a trajetória dos imigrantes no país - da chegada, a bordo do navio Kassato Maru, no porto de Santos, às dificuldades iniciais e à integração com a cultura brasileira
O Banco Nossa Caixa patrocina a série de documentários “Histórias da Imigração Japonesa”, dirigida por Chico Guariba e produzida pela ONG Ecofalante – entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo trabalhar temas voltados à educação, cultura e meio ambiente. O projeto é composto por cinco filmes produzidos para TV e DVD com duração de 24 minutos cada. O lançamento do primeiro deles está previsto para julho. Os demais serão lançados nos meses subseqüentes. Os documentários fazem parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil e marcam o apoio do Banco Nossa Caixa à celebração da data histórica.
A Nossa Caixa investiu R$ 200 mil na iniciativa com respaldo da Lei Rouanet. “Por meio de projetos como esses, o Banco Nossa Caixa homenageia a colônia japonesa, cuja importância é indiscutível no desenvolvimento econômico, social e cultural do estado de São Paulo”, afirma o presidente do banco, Milton Luiz de Melo Santos.
Os filmes apresentam depoimentos de imigrantes e seus descendentes. Os relatos são acompanhados de fotos, vídeos e documentos. Os temas abordados são:
  • “Ser imigrante”
  • “Os imigrantes no campo”
  • “Os imigrantes nas cidades”
  • “As trocas culturais entre Brasil e Japão”
  • “Caminhos futuros”
As dificuldades iniciais em trabalhar em um país com idioma e clima muito diferentes do Japão e outras características culturais muito distintas – a arquitetura, os casamentos, a educação dos filhos, a culinária, as atividades artísticas e esportivas e as inúmeras contribuições à cultura brasileira - são alguns dos aspectos abordados nos filmes.
A produção dos documentários conta com apoio da Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social - e da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.

Participação do público
O público poderá contribuir com a série de documentários patrocinada pelo Banco Nossa Caixa com depoimentos, fotos, vídeos ou documentos relacionados à história da imigração japonesa no Brasil. Para tanto, os interessados deverão preencher até o final de março um formulário, disponível no site www.nossacaixa.com.br. As contribuições serão encaminhadas para análise do documentarista Chico Guariba, da Ecofalante, e as selecionadas serão informadas aos destinatários por telefonema. Aqueles que participarem da produção terão seus nomes creditados nos documentários.

Japoneses no Vale do Ribeira e Sudoeste paulista
A série “Histórias da Imigração Japonesa” foi idealizada a partir do documentário “Os japoneses no Vale do Ribeira e Sudoeste Paulista”, dirigido e produzido no início de 2007 por Chico Guariba e patrocinado pelo Banco Nossa Caixa. O trabalho foi distribuído em julho de 2007 às diretorias de ensino do estado de São Paulo para exibição em escolas públicas estaduais.
O documentário conta a história de um grupo de imigrantes japoneses que, após desembarcar no porto de Santos em 1808, usou trens e pequenas embarcações fluviais para chegar à região do Vale do Ribeira – área isolada e marcada pela intensa presença de mata virgem. No Vale do Ribeira, os imigrantes iniciaram o cultivo do arroz, da banana e do chá.
Muitos imigrantes pretendiam enriquecer no Brasil e, depois, voltar ao país de origem, exatamente como os atuais "dekasseguis", seus descendentes, que hoje fazem o caminho inverso. Com a Segunda Guerra Mundial (1947), os imigrantes abandonaram a idéia de voltar ao Japão e adotaram o Brasil como pátria.

Outras homenagens
Além de patrocinar a série de documentários, o Banco Nossa Caixa apóia também outras iniciativas em homenagem à colônia japonesa. Entre 10 de dezembro e 11 de janeiro, o banco promoveu a exposição “Japão – um perto distante”, no Espaço Nossa Caixa Arte e Cultura. A mostra foi uma das primeiras atividades promovidas na cidade de São Paulo em comemoração ao centenário da imigração japonesa. Foram expostas 17 obras de 13 jovens artistas que abordaram o Japão a partir de um olhar ocidental registrado em fotografias, xilogravuras, impressões digitais, lápis de cor, grafite, estêncil e cerâmicas. Os trabalhos expressam elementos da cultura japonesa pop, contemporânea e tradicional.
Outro projeto apoiado pelo banco, por meio da Lei Rouanet, é a criação do Museu de Arte Moderna Nipo-Brasileira Manabu Mabe, que ocupará o espaço do antigo Colégio Campos Sales, localizado na Liberdade. A inauguração deve ocorrer ainda este ano. O espaço está sendo restaurado para abrigar um acervo considerado por especialistas como um dos mais representativos da arte moderna nipo-brasileira, com obras de artistas como Handa, Tamaki, Tanaka, Susuki, Higaki, Fukushima, Ohtake, Shiró e Manabu Mabe, pintor japonês naturalizado brasileiro, reconhecido mundialmente por seus quadros abstracionistas de cores vivas e grandes dimensões.

Maiores informações:
  • Assessoria de Imprensa Banco Nossa Caixa
  • Rua XV de Novembro, 111 – 5º andar.
  • São Paulo – SP / CEP – 01013-001
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  • Website:www.nossacaixa.com.br

Urashima Taro

Acabo de ver que a historinha do Urashima Taro está sendo apresentada no Sesc Ipiranga. Esta história, como outras muito tradicionais da cultura japonesa, me foram contadas e cantadas (cantadas mesmo, com palmas de lado, bem japonesinhas) pela minha Batian, na sala de casa, com todos sentadinhos em volta dela no chão. Ai, que saudade!
Para ajudar, Enzo adora esta história. Minha sogra, muito atenciosa, presenteou-o com um livro do Urashima Taro há alguns anos.
Olhe, os dois videos do youtube que achei com uma paródia da historinha que fala da saudade que o pescador sentiu da sua terra e o fez abandonar o reino submerso no qual vivia feliz.




Abril no Centenário da Imigração Japonesa | Agenda | Cia. Pé no Canto conta a história do pescador Urashima Taro
Cia. Pé no Canto conta a história do pescador Urashima Taro

Os conceitos e valores universais encontrados na clássica história japonesa do pescador que viaja nas costas de uma tartaruga foi o ponto de partida para a Cia. Pé no Canto, da Cooperativa Paulista de Teatro, montar a peça “As Aventuras de Urashima Taro – Uma História do Pescador” com música ao vivo, máscaras, bonecos e ilusionismo.

O grupo recebeu prêmio PAC (Programa de Apoio à Cultura) de projetos inéditos da Secretaria de Estado da Cultura em 2007. A peça estra em cartaz no SESC Ipiranga, em São Paulo, do dia 2 de março a 27 de abril.

O espetáculo é baseado na história de um jovem pescador chamado Urashima Taro, que ganha uma aventura mágica ao tomar uma atitude que mostra simpatia e responsabilidade – no caso, ele salva uma tartaruga. Ele é então levado ao fundo do mar, para os domínios da Princesa Dragão. Ali, toma um lanchinho com a soberana e acaba estendendo a visita por mais tempo do que deveria.
Após um período de experimentações, o pescador lembra-se da vila onde vivia e, especialmente, da mãe. Resolve, então, retornar para contar as novidades e avisar que voltaria ao mar. Mas Urashima Taro, agora um homem, assusta-se ao descobrir que, enquanto estivera fora, 300 anos haviam se passado na terra.
O SESC Ipiranga fica na rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo. A censura é livre e a peça tem duração de 50 minutos.


Serviço
  • As Aventuras de Urashima Taro – Uma História de Pescador
  • Onde: Sesc Ipiranga
  • Endereço: R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo (SP)
  • Quando: De 2 de março a 27 de abril. Aos domingos, às 16h
  • Quanto: R$ 3 (trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes), R$ 4,50 (usuário matriculado, estudante e 3° idade) e R$ 9 (outros)
  • Contato: Tel.: (11) 3340-2000 ou 0800-118220
  • Site: www.sescsp.org.br

Hina Matsuri: o dia das meninas

chirashi, kokeshiSe não fosse a Herika, do °o.O Fragmentos O.o°, eu teria esquecido completamente do Hina Matsuri. E adoro este festival, apesar de não ter tido uma "herdeira" para minhas bonecas!

O festival das bonecas ou das meninas, como também é chamada a data, é celebrada no dia 3 de março. Como cheguei no Japão no dia 06 de fevereiro, foi a primeira data comemorativa que acompanhei, ainda muito perdida e super curiosa. Lembro nitidamente de um altar (hinadan) de bonecas (hinaningyo) da Hello Kitty que vi à venda no Jusco e até hoje tenho arrependimento de não ter comprado - na época eu pensava que seria para uma filha. Teria sido igual ao meu kimono (presente da Batian quando eu era bebê) que guardei e também não tem herdeira.
Bom, neste dia, as bonecas são dispostas na casa junto com flores de pessegueiro, repetindo a idéia nascida de um costume chinês (sempre os chineses a criar e os japoneses a aprimorar e popularizar a cultura, mas isso é outro papo). A tradição chinesa dizia que a má sorte era transferida para as bonecas e os donos podiam se livrar da má sorte largando as bonecas no rio. A Renata Shimura contou esta história no post dela. E a Chiaki, do Blog da Redação (do Abril no Centenário da Imigração) lembrou que as bonequinhas do Hinamatsuri tomam vida no filme Sonhos, de Akira Kurosawa. Eu falei sobre meu carinho por este filme no post Sonhos (Yume) de Hinamatsuri.

"Depois do dia de Hina matsuri, os pais têm que levar as bonecas o mais longe possível, porque a tradição diz que se não fizerem isso, suas filhas não serão capazes de se casar ou se casarão bem tarde." (Leia todo o post aqui)

No Hina Matsuri soma-se sake adocicado e come-se chirashi sushi, como o da imagem ao lado, do post chirashi for hina-matsuri.
No Jornal Tudo Bem soube que alunos da Universidade de Aichi foram até a escola Alegria de Saber de Toyohashi mostrar às crianças brasileiras como é o Hina Matsuri. Lá tem fotos do encontro.

Para completar, colo abaixo parte do post da Herika sobre o tema e deixo o convite para conhecerem o blog dela. :)
Hina matsuri e ano bissexto
Hinadan
Comemorado no terceiro dia do terceiro mês do ano, o Hina Matsuri simboliza o dia das meninas. E como é época das flores do pessegueiro desabrocharem também é conhecido como Momo no Sekku (Festival do Pêssego).
É montada uma plataforma no formato de escada coberta com pano vermelho onde são colocadas bonecas, as Hina Ningyo vestidas com roupas da corte do Perído Heian
(794-1185), representando o imperador (Odairisama), a imperatriz (Ohinasama), 3 senhoras da corte (San'nin Kanjo) e 5 músicos (Go'nin Bayashi). Também são dispostos miniaturas diversas (ferramentas, carruagens, etc), 2 ministros (Zuishin), 3 servos (Eji), flores de cerejeira, de pessegueiro, comida (Hina arare e Hishimochi) e Shirozake (sake não alcoólico feito a partir do arroz fermentado podendo ser consumido por crianças).
Leia mais aqui.

Outras vozes, mesmo tema:

Cinema japonês no CCBB

E as homenagens ao centenário da imigração continuam... estou atrasada com a notícia porque a mostra começou no dia 20/02, mas ainda dá tempo de ver alguns filmes até o dia 09/03.

uia: Mostra de Cinema- "100 Anos de Japão no Brasil"



O Centro Cultural Banco do Brasil e a Fundação Japão realizam entre os próximos dias 20 de fevereiro a 9 de março, a mostra "100 Anos de Japão no Brasil", com um total de 20 filmes que pretendem resumir o cinema japonês. Entre os títulos estão clássicos, contemporâneos e uma animação.

Folha Online - Ilustrada - Centro Cultural Banco do Brasil sedia mostra de cinema japonês - 20/02/2008

Os ingressos podem ser retirados gratuitamente na própria sala (r. Álvares Penteado, 112, centro), no dia da sessão. Entre os títulos estão clássicos, contemporâneos e uma animação.

"As Quatro Faces do Medo"; veja os filmes que estarão na mostra

Confira a programação:

20 de fevereiro - quarta-feira
- 13h30 - "Coral de Tóquio" (1931) - Direção: Yasujiro Ozu
- 16h - "A Luta Solitária" (1949) - Direção: Akira Kurosawa
- 19h - "A Música Gion" (1953) - Direção: Kenji Mizoguchi

21 de fevereiro - quinta-feira

- 13h30 - "Paixão Juvenil" (1956) - Direção: Ko Nakahira
- 16h - "Castelo de Areia" (1974) - Direção: Yoshitaro Nomura
- 19h - "Mulher de Areia" (1964) - Direção: Hiroshi Teshigawara

22 de fevereiro - sexta-feira
- 13h30 - "Mulher de Areia" (1964) - Direção: Hiroshi Teshigawara
- 16h - "Paixão Juvenil" (1956) - Direção: Ko Nakahira
- 19h - "Túmulo de Sol" (1960) - Direção: Nagisa Oshima

23 de fevereiro - sábado
- 13h30 - "A Luta Solitária" (1949) - Direção: Akira Kurosawa
- 16h - "Coral de Tóquio" (1931) - Direção: Yasujiro Ozu
- 19h - "Ilha Nua" (1960) - Direção: Kaneto Shindo

24 de fevereiro - domingo
- 13h30 - "Ilha Nua" (1960) - Direção: Kaneto Shindo
- 16h - "Túmulo de Sol" (1960) - Direção: Nagisa Oshima
- 19h - "Era uma vez em Tóquio" (1953) - Direção: Yasujiro Ozu

26 de fevereiro - terça-feira
- 13h30 - "Dois na Sombra" (1967) - Direção: Mikio Naruse
- 16h - "As 4 Faces do Medo" (1964) - Direção: Masaki Kobayashi
- 19h - "Yumeji" (1991) - Direção: Seijun Suzuki

27 de fevereiro - quarta-feira
- 13h30 - "Era uma Vez em Tóquio" (1953) - Direção: Yasujiro Ozu
- 16h - "Castelo de Areia" (1974) - Direção: Yoshitaro Nomura
- 19h - "A Música Gion" (1953) - Direção: Kenji Mizoguchi

28 de fevereiro - quinta-feira
- 13h30 - "Yumeji" (1991) - Direção: Seijun Suzuki
- 16h - "As 4 Faces do Medo" (1964) - Direção: Masaki Kobayashi
- 19h - "Dois na Sombra" (1967) - Direção: Mikio Naruse

29 de fevereiro - sexta-feira
- 13h30 - "A Enguia" (1997) - Direção: Shohei Imamura
- 16h - "Sublime Dedicação" (1954) - Direção: Keisuke Kinoshita
- 19h - "Onibaba, a Mulher Diaba" (1964) - Direção: Kaneto Shindo

1º de março - sábado
- 13h30 - "O Castelo Animado" (2004) - Direção: Hayao Miyazaki
- 16h - "A Enguia" (1997) - Direção: Shohei Imamura
- 19h - "Gonin" (1995) - Direção: Takashi Ishii

2 de março - domingo
- 13h30 - "Onibaba, a Mulher Diaba" (1964) - Direção: Kaneto Shindo
- 16h - "Sublime Dedicação" (1954) - Direção: Keisuke Kinoshita
- 19h - "Tabu" (1999) - Direção: Nagisa Oshima

4 de março - terça-feira
- 13h30 - "Tabu" (1999) - Direção: Nagisa Oshima
- 16h - "Tokyo Porrada" (1995) - Direção: Tsukamoto Shin'ya
- 19h - "Tampopo" (1985) - Direção: Juzo Itami

5 de março - quarta-feira
- 13h30 - "Tampopo" (1985) - Direção: Juzo Itami
- 16h - "Tabu" (1999) - Direção: Nagisa Oshima
- 19h - "Tokyo Porrada" (1995) - Direção: Tsukamoto Shin'ya

6 de março - quinta-feira
- 13h30 - "A Enguia" (1997) - Direção: Shohei Imamura
- 16h - "O Castelo Animado" (2004) - Direção: Hayao Miyazaki
- 19h - "Tampopo" (1985) - Direção: Juzo Itami

7 de março - sexta-feira
- 13h30 - "Tokyo Porrada" (1995) - Direção: Tsukamoto Shin'ya
- 16h - "Gonin" (1995) - Direção: Takashi Ishii
- 19h - "O Castelo Animado" (2004) - Direção: Hayao Miyazaki

8 de março - sábado
- 13h30 - "Gonin" (1995) - Direção: Takashi Ishii
- 16h - "Tampopo" (1985) - Direção: Juzo Itami
- 19h - "A Enguia" (1997) - Direção: Shohei Imamura

9 de março - domingo
- 13h30 - "O Castelo Animado" (2004) - Direção: Hayao Miyazaki - 16h - "Tabu" (1999) - Direção: Nagisa Oshima
- 19h - "Gonin" (1995) - Direção: Takashi Ishii

Por que meus avós migraram

A propósito da estréia de Haru e Natsu na Band, relembrei os motivos que fizeram meus avós migrarem para o Brasil.
Batian veio para cá contra a vontade de sua mãe (já viúva) numa imposição do irmão mais velho, porque a companhia de imigração que os trouxe exigia que fosse uma família composta de "um casal mais um adulto". Consta que era a única filha mulher e que a mãe sentiu imensamente sua falta. A melhor amiga era esta prima com quem trocou cartas a vida toda e cujo filho ainda se corresponde conosco e atenciosamente recebeu a todos quiseram conhecer a propriedade onde Batian nasceu em Niigata - e que ele herdou.
O Ditian veio a convite do "sensei" (professor), que queria vir com a esposa e precisava deste "adulto" a mais. Aqui o sensei se entregou à bebida (dizem que por desgosto) e Ditian se viu sozinho e sem condições de retornar. Meu tio Massao contava que meu Hiditian (bisavô) era contra a viagem, mas não conseguiu dissuadir o filho e na viagem de trem até Kobe, porto do qual partiria com o sensei, deu-lhe um relógio caro de ouro, que meu Ditian poderia vender para retornar quando quisesse. A viagem era um sonho do menino de 14 anos, o desejo de fazer fortuna e ajudar o pai que perdera seus negócios de importação de madeira da Coréia (Fukuoka fica perto da Coréia) e era um viúvo solitário. Sem conseguir fazer a fortuna prometida e tendo seu relógio de ouro roubado pelo sensei, Ditian decidiu ficar em definitivo no Brasil e cortou
contato com os familiares no Japão.
E a história de sua familia, qual é?

Haru e Natsu na Band



Creio que os nikkeis que têm relacionamento mais íntimo com os dekasseguis ou que ainda têm Batian e Ditian ouviram falar da novela Haru e Natsu, produzida pela NHK. De Hashida Sugako, conhecida por aqui (na comunidade nikkei) pela novela "Oshin", foi transmitida por aqui no programa Imagens do Japão nos anos 1980.
Minha expectativa com Haru e Natsu é grande. Duas pessoas já me ofereceram para emprestar o Dvix e as inúmeras gravações me chamaram atenção. Pois agora não tenho mais a desculpa da falta de legenda para acompanhar esta história de duas irmãs que foram separadas pela migração e que usaram correspondência como forma de extravasar os sentimentos e tentativa de reduzir a distância. A história me lembra muito minha Batian que manteve (com sucesso) contato com uma prima por toda a sua vida brasileira - ela veio ao Brasil com 14 anos e faleceu aos 84 - e através de suas cartas e fotos podemos reunir a história de gerações dos descendentes das famílias Sudô (como se grafou no Brasil) e Sutou (como se grafa romanizado lá).
O Alexandre Sakai aproveitou o ensejo e fez um texto em homenagem a Haru, Natsu e Rosa Miyake, vale a pena conferir e relembrar.
(foi no blog dele, Armazén 14, que vi este trailler do youtube. Arigatô)

Band exibe superprodução da NHK e inicia comemorações do Centenário da Imigração Japonesa

A minissérie gravada em alta definição conta a história de duas irmãs separadas na infância. Saga é exemplo de drama real vivido por muitas famílias no inicio da imigração japonesa.

No ano do centenário da Imigração Japonesa a Band exibe Haru e Natsu - As cartas que não chegaram, uma superprodução da NHK, maior emissora de tv do Japão. A minissérie gravada em alta definição (HD) no Brasil e no Japão conta a história de duas irmãs separadas na infância por uma fatalidade: no porto de Kobe, no momento do embarque para o Brasil, um exame médico revela que Natsu está com tracoma ocular, o que a impede de viajar. Assim, a família Takakura, que foge da fome na província de Hokkaido, é obrigada a embarcar sem a filha caçula. Mesmo contrariada, Haru, a mais velha, segue com os pais rumo a um país desconhecido, e as duas irmãs se despedem às lágrimas, com a promessa de se reencontrarem. O ano é 1934 e marca o início de um drama que só teria um desfecho quase sete décadas depois.

Grande parte das cenas gravadas no Brasil tiveram como cenário uma fazenda de Campinas, no interior do Estado. A minissérie mostra as dificuldades que os primeiros imigrantes japoneses enfrentaram ao desembarcar em terras brasileiras. Todos vinham movidos pelo sonho de ganhar dinheiro e voltar alguns anos mais tarde para a terra natal com boa situação financeira, já que as lavouras de café pereciam promissoras.
Mas, ao chegar ao Brasil, a realidade era completamente diferente. A colheita era escassa, as despesas maiores que a renda, as moradias precárias e havia o preconceito em razão das diferenças culturais.

"A imigração japonesa produziu muitas histórias dramáticas e emocionantes como a retratada na minissérie. Haru e Natsu é especial porque pela primeira vez na tevê aberta o público poderá conhecer de perto a saga dessas famílias. Com a exibição dessa produção, a Band celebra a importante parceria iniciada há cem anos entre os dois países", afirma Elisabetta Zenatti, diretora de programação e artístico da Band.

Haru e Natsu reproduz o drama vivido por muitas famílias separadas pela imigração: Haru Takakura, a irmã mais velha, cumpre o destino de milhares de japoneses que vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor. Trabalha em plantações de café e se habitua ao cotidiano das colônias. Mas apesar das privações no país distante de sua terra natal, se mantém rodeada pela família.
Enquanto isso no Japão, a solitária Natsu enfrenta as privações da guerra, presencia a reconstrução de seu país e vive a fase de crescimento econômico, se transformando em empresária de sucesso. Houve uma tentativa de contato. Por vários anos as irmãs escrevem cartas que nunca chegaram ao seu destino final, selando de vez a separação. Setenta anos depois, Haru finalmente consegue dinheiro para voltar ao Japão e tenta uma difícil reaproximação com sua irmã.

"O romance mostra o contraste entre uma mulher dentro de uma grande família e uma mulher solitária. Eu achei que escrevendo sobre o longínquo Brasil, poderíamos ter uma visão melhor do Japão", afirma a autora da minissérie, Sugato Hashida, de 80 anos e uma das mais renomadas roteiristas de teledramaturgia do Japão.

  • HARU E NATSU ESTRÉIA DIA 25/02, ÀS 22h, NA TELA DA BAND. A minissérie será exibida em oito capítulos.

Sobre NHK
Com 83 anos de existência, a NHK (Japan Broadcasting Corporation) é uma das mais antigas emissoras orientais é também a maior televisão japonesa. Líder em novas tecnologias, transmite 80% de sua programação em alta definição (HDTV system). A NHK tem desenvolvido pesquisas avançadas como a Super Hi-Vision, um sistema de ultradefinição com resolução 16 vezes melhor que o sistema HDTV.

Reportagem portuguesa sobre a imigração japonesa em São Paulo

É interessante notar como somos vistos no exterior. Esta matéria portuguesa sobre a imigração me pareceu muito interessante:
Brasil: Imigração transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão - RTP Notícias

Brasil: Imigração transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão

São Paulo, Brasil, 22 Fev (Lusa) - A imigração japonesa para o Brasil, cujo centenário é assinalado este ano com uma extensa programação comemorativa, transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão.

Estimativas mostram que há cerca de um milhão de japoneses e seus descendentes na cidade, o que faz com que pelo menos um entre cada dez moradores de São Paulo tenha traços orientais.

A presença japonesa estende-se desde a gastronomia, com dezenas de restaurantes especializados, regiões da cidade especialmente decoradas com símbolos orientais até os media, com jornais publicados em japonês.

Descendente de japoneses, a realizadora brasileira Tizuka Yamasaki salienta que a presença japonesa é tão marcante que chega a fazer parte da paisagem humana da maior cidade brasileira.

"Tem uma comunidade bastante forte, você vê japoneses na rua, faz parte do quotidiano do paulistano", disse Yamasaki, autora de "Gaijin - Os Caminhos da Liberdade" (1980), filme inspirado na imigração de sua própria família.

A região com mais forte influência japonesa é o bairro da Liberdade, na zona central da cidade, com a maior concentração de oferta de iguarias e produtos japoneses.

No início, os primeiros imigrantes escolheram a Liberdade porque quase todas as casas da região tinham caves, e o aluguer de quartos no subsolo era barato.

Actualmente, as ruas da Liberdade, com uma decoração tipicamente oriental, são referência para os descendentes, local de encontro, de manifestações e de feiras livres, com iguarias japonesas.

Na região, é possível adquirir jornais em japonês, como o tradicional São Paulo Shimbum, criado em Outubro de 1946 por imigrantes japoneses.

O início da imigração japonesa ao Brasil decorreu no dia 28 de Abril de 1908, quando o navio Kasado-Maru deixou o porto de Kobe em direcção à cidade de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, com 791 japoneses.

Os primeiros imigrantes foram contratados como mão de obra barata para trabalhar nas plantações de café do interior do Estado de São Paulo, depois do fim da escravidão de negros, no final do século XIX.

Após seis meses nas lavouras de café, mais da metade dos imigrantes deixou as propriedades rurais e mudou-se para a capital São Paulo e para outros estados brasileiros, como Paraná e Mato Grosso.

A imigração continuou até ao início da II Guerra Mundial (1939-1945), período em que os japoneses foram vistos com desconfiança no Brasil.

Na época, o Brasil rompeu relações diplomáticas, declarou guerra aos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão), e enviou tropas para integrar as forças aliadas na Europa.

Nessa época, os imigrantes sofreram uma série de restrições, com o fecho de escolas, a proibição de jornais em japonês, situação que foi normalizada com a rendição do Japão, em 1945.

Com a derrota na II Guerra, o fluxo migratório foi retomado, dessa vez com a chegada de japoneses para trabalhar nas indústrias.

Na década de 80, com a crise económica brasileira, muitos descendentes de japoneses fizeram o caminho inverso, em busca de melhores oportunidades de vida.

São os chamados dekasseguis, num total de cerca de 300.000, espalhados por várias cidades japonesas e responsáveis actualmente pelo envio de cerca de 600 milhões de dólares por ano.

As celebrações do centenário da imigração incluem mais de 400 eventos, nos dois países, como exposições, festivais de cinema, concertos e seminários, no "Ano do Intercâmbio Brasil-Japão".

O ponto alto das celebrações será a visita do príncipe Naruhito, herdeiro do trono do Japão, no dia 21 de Junho, ao Brasil.

Em São Paulo, a artista plástica Tomie Ohtake, um dos mais importantes nomes da cultura japonesa, no Brasil, criou uma escultura em aço de nove metros de diâmetro, em formato de ondas vermelhas, para assinalar o centenário.

A obra será instalada nos jardins do aeroporto internacional de São Paulo, que passou a ser no lugar do Porto de Santos, no século passado, o local de entrada dos novos visitantes e imigrantes japoneses.

Na área desportiva, um dos principais destaques dentre os descendentes japoneses é o jogador de ping-pong Hugo Hoyama, recordista brasileiro de medalhas em Jogos Pan-Americanos, com 14 medalhas.

Grupo de Teatro de Bonecos Yukiza no Sesc

Li no blog Identidade Própria sobre esta homenagem de Teatro no Sesc e posto abaixo o texto da produtora Francys Oliva.


JAPÃO-BRASIL 100 ANOS Teatro de Bonecos - Yukiza
SESC Consolação - Dia(s) 27/02, 28/02
Quarta, às 17 e 21h. Quinta, às 21h.


O teatro de bonecos de Edo, grupo Yukiza, foi fundado por Yuki Magosaburo, durante a era Edo, em 1635 e sua história vem se estendendo por mais de 370 anos. Yukiza é o único grupo de teatro de marionetes de tradição no Japão designado Patrimônio Cultural Intangível do Governo Metropolitano de Tóquio e reconhecido como Patrimônio Folclórico Cultural. Espetáculos: Shinpan Utazaimon Nozakimura no Dan (A vila Nozaki) (60min) e Tsuna-Yakata (casa de Tsuna) (30 min).

Príncipe Naruhito participa do Imin 100 - O Diário do Norte do Paraná

Príncipe Naruhito participa do Imin 100 - O Diário do Norte do Paraná

Príncipe Naruhito participa do Imin 100

O deputado estadual e presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Imin 100 no Paraná, Luiz Nishimori, anunciou os projetos a serem desenvolvidos para comemorar o centenário da imigração japonesa.

Em visita a O Diário, Nishimori confirmou a vinda do príncipe japonês Naruhito ao Brasil.

O integrante da família imperial japonesa passará por Brasília no dia 18 junho. No dia 21, desembarcará em São Paulo . No dia 22, o princípe visitará Rolândia, onde será construído o Parque Yumê, que contará a história da imigração e funcionará como um centro de lazer.

O Ministério do Turismo empenhou cerca de R$ 10 milhões para a criação do parque temático.

Nishimori anunciou ainda a criação do Parque do Japão em Maringá, Parque Tomi Nakagawa, em Londrina, Castelo Japonês, em Assaí, e Parque Centenário, em Curitiba.

“Vários eventos vão homenagear a história da imigração. É uma oportunidade para que a comunidade nipo-brasileira divulgue sua rica cultura”, enfatizou.

Em Maringá, de acordo com o deputado Nishimori, de 19 a 29 de junho, está programada a Expo Imin 100, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro.

“Será uma feira para destacar o potencial da agricultura no Estado, uma vez que muitos japoneses dedicam-se a este setor”, pontuou.

Em abril, o deputado viaja ao Japão em missão econômica com o objetivo de ampliar as relações comerciais entre os dois países. Cerca de 40 empresários brasileiros interessados em levar seus produtos para o Japão devem integrar a comitiva brasileira.

“O Imin servirá como ponte para os negócios, pois muitos serão firmados tanto no Brasil como no Japão”, ressaltou Nishimori.

Convite

O príncipe-herdeiro, de 47 anos, estará no Brasil a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enviou uma carta em agosto de 2006, solicitando uma visita do imperador Akihito e da Família Imperial ao Brasil.

Naruhito conhece o Brasil. O príncipe visitou o País em 1982. O irmão mais novo dele, príncipe Akishino, veio ao País em 1988, no 80º aniversário da imigração japonesa.

Visitas

O imperador Akihito e a imperatriz Michiko vieram ao Brasil três vezes. Em 1967, o príncipe-herdeiro Akihito e a princesa Michiko visitaram o Brasil pela primeira vez, com uma recepção que lotou o estádio do Pacaembu.

Em 1978, participaram das comemorações pelos 70 anos da imigração, novamente lotando o Pacaembu.

Em 1997 o casal imperial fez uma nova visita de dez dias ao Brasil, provocando grande emoção na comunidade.

Em 1998, a comunidade nikkei de todo o País comemorou com festa os 90 anos da imigração, com a presença da última sobrevivente da primeira leva de imigrantes, Tomi Nakagawa.

Os governos do Japão e do Brasil designaram 2008 como o "Ano do Intercâmbio Brasil-Japão", comemorando o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

Norio Shirasaca retorna aos palcos

Só vi a notícia hoje, mas deixo o post aqui para registro. Poucas coisas são mais representativas da comunidade do que estes concursos de Karaokê.

Folha Online - Ilustrada - Cantor de karaokê famoso nos anos 80 retorna aos palcos da Liberdade -
17/02/2008 - 08h00

Cantor de karaokê famoso nos anos 80 retorna aos palcos da Liberdade
O cantor de karaokê Norio Shirasaca retorna aos palcos neste domingo, na Liberdade (centro de São Paulo), depois de 15 anos de afastamento.

Ele fez sucesso na comunidade nipônica na década de 80, quando participou da eliminatória de um concurso de karaokê da TV TBS (Sistema de Televisão de Tóquio) realizada no Cine Niterói, na avenida Liberdade.

O concurso atraiu cantores de todo o país e durou seis horas. Shirasaca saiu vencedor e ganhou o direito de se apresentar na final, em Tóquio. Com terno branco e gravata borboleta vermelha, ele cantou "Moshimo Piano ga Hiketanará" e levou o prêmio. Depois surgiriam a UPK (União Paulista de Karaokê) e a ABRAC (Associação Brasileira da Canção Japonesa).

Por ocasião do centenário da imigração japonesa no Brasil, comemorado neste ano, ele irá apresentar o show "Omoide ga Ippai" ("Repletos de Lembranças", em japonês), às 15h, no auditório do Bunkyo (rua São Joaquim, 381, Liberdade).

O show tem participações de Mitiko Takemura --a Mity, vencedora do Gaikokujin Kayo Taisho, feito em 1984--, e de Joe Hirata --que, em 1994, tornou-se o primeiro estrangeiro a vencer o NHK Nodojiman, organizado pela rede de TV estatal do Japão, a NHK.

Os cantores terão acompanhamento de música ao vivo pela banda "Os Nisseis".

Divulgação
Shirasaca canta nas comemorações pelo 80º aniversário da imigração japonesa no Brasil
Shirasaca canta nas comemorações pelo 80º aniversário da imigração japonesa no Brasil