Irashaimasse... Famílias dekasseguis, sejam bem vindas. Faço parte desta comunidade de filhos e netos de japoneses que migraram para o Brasil e que voltaram para a Terra do Sol Nascente. Domo arigato gozaimasu. zanguio.com.br
160 mil nipônicos vivem no PR
Hoje, são cerca de 160 mil nipônicos no estado, sendo a maioria radicada no Norte e Noroeste do estado, nas regiões de Londrina e Maringá, segundo dados do Consu-lado Geral do Japão. Os descendentes correspondem a 1,55% da população paranaense.
Na década de 1980, com o aumento do desemprego no Brasil e a escassez de mão-de-obra nas indústrias nipônicas, iniciou-se o movimento dekassegui no Brasil, com a ida de milhares de brasileiros para o Japão, fazendo um caminho inverso ao percorrido pelos seus ancestrais no início do século 20. De acordo com a Associação Brasileira dos Dekasseguis, 312.979 descendentes partiram para o Japão a trabalho, em 2006. Anualmente, cerca de US$ 5 bilhões são enviados ao Brasil pelos dekasseguis.
Fusão entre o Oriente e o Ocidente
Da Gazeta do Povo on line
Os japoneses que ajudaram a desbravar as terras vermelhas do Norte do Paraná fizeram muito mais do que contribuir para o progresso econômico da região. Aos poucos, os costumes cultivados pelos orientais foram deixando os núcleos fechados dos lares e hoje, as artes, a culinária e os costumes nipônicos foram incorporados pelos ocidentais. “A partir do momento em que os elementos da cultura japonesa são incorporados pelos não-descendentes, a cultura torna-se eterna. Temos a certeza de que não vai acabar”, comemora Mity Shiroma, que é coordenadora do Londrina Matsuri, festa japonesa que acontece anualmente em Londrina e já completa cinco edições.
Mity confirma que a aproximação do Oriente com o Ocidente geralmente se dá pela culinária, mas esse é só o primeiro passo para o contato com todos os elementos culturais do Japão. “Todo mundo é pego pelo estômago. Aqui, ninguém foge à regra.”
A comunidade nikkei em Maringá é formada por aproximadamente 20 mil pessoas. O principal ponto de encontro é no clube Associação Cultura e Esportiva de Maringá (Acema).
A colônia é exemplo de como é possível integrar culturas diferentes e da participação nipônica no desenvolvimento estadual como ações sociais (asilos), esportivas (beisebol, tênis de mesa, judô) artísticas (dança, canto, artes), gastronomia, agrícolas, políticas, entre outras. “Os setores com mais influência são a cultura e a gastronomia”, aponta o professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), João Fábio Bertonha. “Nunca vi uma cidade que come tanto sashimi e sushi como em Maringá.”
Japonês de coração, corpo e alma
Influência oriental está presente na cultura, gastronomia, política e economia do Paraná
por ANDYE IORE E SIMONI SARIS |
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Reis aprendeu a ser japonês ainda criança. “Comecei desenhando com amigos na escola quando tinha 7 anos. Via aqueles mangás e queria fazer igual”, conta o filho de família afrodescendente migrante baiana, que chegou ao Paraná no final da década de 1950. O artista plástico vive cercado de ícones da cultura nipônica. Em seu apartamento há objetos como o calçado de madeira geta, acessórios de samurai e pergaminho gohonzon. É fã do cinema oriental – os cineastras Shohei Imamura e Akira Kurosawa são os preferidos – e do teatro Kabuki. Uma de suas séries tem 15 gueixas, pintadas entre o final da década de 1980 e o início da de 1990.
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A história da separação familiar se repetiu anos depois. Atraídos pela oportunidade de trabalho, os filhos de Tidori voltaram à terra natal da mãe. Sueko ficou pouco tempo, mas a filha dela está no Japão há 15 anos. “A minha neta, de quase 14 anos, é japonesa nata. Uma das minhas irmãs também foi para o Japão há 16 anos e não pensa em voltar”, diz.
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Suzuki tem sua história registrada em nove folhas de papel escritas por ele mesmo no idioma oriental. “Já fui quatro vezes ao Japão. Visitar lá é bom, mas não existe lugar melhor para morar que o Brasil”, conta.
Grupo de Trabalho sobre Comunidades Brasileiras no Japão
Este Grupo de Trabalho está incumbido de selecionar projetos que beneficiem a comunidade de 313 mil brasileiros que vivem atualmente no Japão. Uma lista inicial foi elaborada com o apoio da Embaixada e dos Consulados-Gerais do Brasil naquele país, com base em demandas já conhecidas da própria comunidade.
Novos projetos estarão sendo avaliados, levando em conta sua relevância para o melhor conhecimento daquela comunidade e de sua importância como elo humano das relações diplomáticas entre o Brasil e o Japão; para a preservação da identidade brasileira e união de seus membros; para o aperfeiçoamento de sua formação, educação, condições de emprego, previdência social, lazer, qualidade de vida e futuro profissional; e, de modo geral, para o reforço da percepção de que a comunidade brasileira no Japão contribui para o desenvolvimento daquele país.
O Coordenador do GT sobre a Comunidade Brasileira no Japão é o Ministro Eduardo Gradilone, do Ministério das Relações Exteriores. Propostas de projetos que atendam aos requisitos acima indicados poderão ser encaminhados ao coordenador do GT por intermédio do e-mail: gradilone@mre.gov.br.