Lar, doce apato…

Com criatividade e um toque pessoal, seis brasileiros decoraram suas casas nos mais variados estilos e fizeram delas verdadeiros lares

por Redação Gambare!

Uma das melhores maneiras de se conhecer bem uma pessoa é visitar sua casa. Por meio de objetos e da decoração, podemos desvendar personalidades, gostos, hobbies, manias. A residência, afinal, é para onde se volta depois de um dia cansativo de trabalho, o lugar que oferece conforto e proteção.

Estar temporariamente no arquipélago, para muitos brasileiros, não foi uma desmotivação para moldar seus apartamentos de acordo com gostos pessoais. A partir de casas tipicamente nipônicas, sejam elas alugadas ou compradas, esses dekasseguis construíram um ambiente que, hoje, podem chamar de lar; um cantinho pessoal e aconchegante a milhares de quilômetros do Brasil.

E como é o lugar onde você mora? Organizado ou bagunçado? Decorado ou vazio? Como são os móveis? Que histórias eles contam sobre você? Conheça, a seguir, alguns brasileiros que mudaram o estilo de suas casas e, hoje, dizem com muito orgulho: “meu apato é a minha cara”.

Karina MorizonoFã do Stitch
Adoro o Stitch desde 2002, quando o filme (Lilo & Stitch, da Disney) foi lançado. Até chorei quando assisti. Desde então, comecei a comprar muitas coisas do Stitch.

No meu aniversário, também acabo ganhando coisinhas dele. Para falar a verdade, eu só gosto da cor azul por causa do personagem. Até existe uma rivalidade com a minha irmã, pois divido o quarto com ela, que adora coisas cor-de-rosa. Por isso, um lado do quarto é azul, o outro, rosa. Quando eu tiver o meu quarto, aí sim, será tudo azul. Mas aqui é o meu cantinho, onde me sinto bem. É muito bom ficar no meio das coisas de que mais gosto.
Thalena Funatsu, 15 anos, de Ota (Gunma)

Ambiente zen
Claudio EndoO lugar que você mora deve ter o seu jeito e a sua cara, porque é para onde você volta todos os dias depois do trabalho, é onde você vai dormir e receber os amigos. Eu gosto muito de velas. À noite, de vez em quando, eu apago as lâmpadas e chamo os amigos para tomar um vinho à luz de velas. Moro neste apartamento há um ano. A decoração não foi exatamente planejada. Eu via uma coisa, achava que iria ficar bem e trazia. Tenho várias pedras que eu peguei na praia, onde costumo ir no final de tarde para fazer caminhadas. Também gosto de locais com muitas árvores.
Edson Tanguti, 36 anos, de Hamamatsu (Shizuoka)

Gilberto YoshinagaCasa cheia de plantas
Minha família sempre gostou de ter muitas plantas em casa e eu herdei esta paixão. A varanda do apartamento da minha mãe lá no Brasil, por exemplo, é lotada de vasos. Apesar da redução de espaço aqui no Japão, também cuido de muitas plantas e flores. Algumas ficam dentro do apartamento e outras, na varanda, onde preciso deixar espaço para estender roupas. Não consigo viver em uma casa sem plantas. Gosto muito da cheflera, mas também tenho babosa, boldo, hortelã, arruda, cacto, cebolinha, pimenta, orquídeas e até muda de mamoeiro. Para mim, isso é um passatempo, uma terapia. Gosto muito de acompanhar o crescimento das mudas que cultivo. O único problema é que, no Japão, as mudanças climáticas são muito bruscas e, no inverno, fica difícil manter dentro do apartamento algumas plantas mais sensíveis ao frio.
Emília Akemi Igi de Freitas, 43 anos, de Toyokawa (Aichi)

Cercado de esculturas
Karina MorizonoHá mais de dez anos eu faço esculturas com temas abstratos. Moro nesta casa faz uns dois anos e tenho este cantinho especial com minhas obras de arte, que, além de servir de decoração, é meu passatempo nas horas livres. É aqui que também crio minhas obras. Elas estão espalhadas por toda a casa. Só comigo, tenho cerca de 60 de arame, argila, entre outras. Fora as esculturas que tenho em casa de parentes por causa da falta de espaço.
Marcio Hanashiro, 35 anos, de Oura (Gunma)

Claudio EndoUma pitada de arte
Meu apartamento tem um toque artístico com os quadros que eu mesmo pinto. Mas os trabalhos não têm acabamento. Gosto do lado rústico da arte e utilizo muito material reciclado, que pego em lojas de móveis e produtos usados, por exemplo. Já pintei um quadro utilizando uma antena parabólica que achei jogada na rua, um com uma placa de metal que ganhei da fábrica onde trabalhava, e também já fiz uma máscara com objetos que iriam para o lixo. Faço pinturas há 16 anos. Elas expressam meu cotidiano, meu estado de espírito e até revoltas que sinto em algumas situações. Pinto porque gosto, sem fins comerciais. Costumo dar alguns quadros de presente, além dos que ficam em casa.
Fábio Nascimento, 28 anos, de Hamamatsu (Shizuoka)

Quarto singelo
Gilberto YoshinagaDesde pequena, tenho uma forte identificação com a cor rosa. Também gosto de azul, identifimas o rosa é mais feminino e acho que combina comigo. Meu quarto é todo cor-de-rosa, desde as cortinas e roupas de cama até as almofadas, o espelho e o ‘porta-tissue’, entre uma infinidade de objetos da mesma cor, como bolsas, roupas, acessórios, pantufas e até o telefone celular. Essa cor me transmite paz, tranqüilidade, e me ajuda a relaxar no aconchego do lar. Também tenho preferência pelo rosa na hora de comprar detergente, xampu, creme hidratante e escova de dente, por exemplo. E, quando saio para comprar perfume, tenho uma queda pelos frascos de cor rosa, mesmo que eu goste só um pouquinho da fragrância. Não deixo de usar roupas e objetos de outras cores, mas sempre dou preferência para o rosa.
Emy Tokunaga, 25 anos, de Komaki (Aichi)