Jornal Tudo Bem - Extradição Brasil-Japão: movimento completa dois anos

Jornal Tudo Bem - Extradição Brasil-Japão: movimento completa dois anos

Extradição Brasil-Japão: movimento completa dois anos
Pais de uma menina japonesa morta em um atropelamento pedem há dois anos que seja criado um tratado de extradição entre Brasil e Japão

O casal Rie e Hiroaki Yamaoka, pais de Riko, morta em um acidente de trânsito, colhem assinaturas para pressionar o governo japonês a criar um tratado de extradição com o Brasil

No dia 17 de outubro, o acidente de trânsito que matou uma menina japonesa em Kosai (Shizuoka), completou dois anos. A nikkei Patrícia Fujimoto, acusada de ter provocado a batida em um cruzamento ao invadir o sinal vermelho, retornou ao Brasil e não foi punida. Foi por causa dessa ocorrência que os pais da vítima, Hiroaki e Rie Yamaoka, começaram um movimento para a criação de um tratado de extradição de criminosos entre Japão e Brasil. Dessa forma, Patrícia poderia ser forçada a retornar ao arquipélago para ser processada e julgada.

Mas o tratado não saiu e nem deve sair, porque a Constituição brasileira não permite que nacionais sejam extraditados para outros países. O movimento, pelo menos, serviu para que criminosos fugitivos passassem a ser julgados no Brasil, como é o caso de Milton Noboru Higaki, acusado de atropelar e matar uma estudante japonesa em Hamamatsu (Shizuoka), e Humberto José Hajime Alvarenga, que teria matado o dono de um restaurante na mesma cidade, além de tentar incendiar o estabelecimento.

O casal Yamaoka, que chegou a fundar uma NPO (organização sem fins lucrativos) que dá suporte às vítimas de estrangeiros fugitivos, está querendo uma aproximação com a comunidade brasileira no arquipélago. Apoiado pelo ex-candidato a vereador Koki Kurematsu, o casal já visitou uma escola brasileira em Hamamatsu, e também participou da Promofest, uma feira de produtos e serviços.

Rie Yamaoka disse recentemente que não pretende solicitar o envio do processo para que Patrícia seja julgada no Brasil. “A tradução já está sendo providenciada, mas vamos esperar até um pouco antes do crime prescrever para pedir o indiciamento no Brasil”, conta. Ela ainda tem esperanças que saia um acordo de extradição entre os dois países. Em entrevista no Brasil, a acusada disse que não invadiu o sinal vermelho.