Quais alimentos foram trazidos ao Brasil pelos japoneses?

Encontrei agora este link no Abril no Centenário da Imigração Japonesa comentando quais alimentos foram trazidos ao Brasil pelos japoneses. A matéria é da revista Superinteressante, de 1/12/2007, de autoria de Natália Suzuki e Patrícia Stavis.
Em Curitiba há uma história sobre isto, de que os imigrantes, que chegaram na região só a partir da década de 1930, já como proprietários de terras na região de Morretes porque as companhias de imigração não eram bem-vindas no Paraná, foram responsáveis pelo ingresso de várias hortaliças na dieta do curitibano. Eles e os italianos, radicados na longínqua região de Santa Felicidade, levavam de carroças as verduras para serem vendidas no Largo da Ordem, centro histórico da cidade. Não é à toa que gosto daquela região!
Sobre as uvas, sempre achei que eram trazidas pelos italianos, levadas para a região de Jundiaí pelo Cereser. Vivendo e aprendendo. Mas como os italianos trouxeram a uva para vinho e a uva itália é uva de mesa, para comer, tem certo fundamento!


alimentos

Ovos, maçã Fuji, uva-itália, morango, pimenta-do-reino e poncã: fotocortesia dos japoneses.

Pensou em um festival de sushis e sashimis? Pense maior. No total, os japoneses trouxeram mais de 50 tipos de alimentos ao Brasil. Os primeiros provavelmente foram as variedades de caqui doce e a tangerina poncã, que chegaram nos anos 20. Mas foi a partir da década de 1930 que a maioria dos novos gêneros aportou por aqui. O cenário era favorável aos agricultores japoneses: comprando ou arrendando lotes de terras das fazendas cafeeiras falidas após a crise da Bolsa de Nova York, os pequenos proprietários dedicaram-se a uma variedade de culturas que não eram populares no Brasil. Muitos imigrantes traziam mudas junto com suas bagagens nos navios. Foi o caso do morango e até mesmo de um tipo de fruta insuspeita: a uva-itália, que apesar de ser italiana, como o nome entrega, pintou no Brasil por mãos japonesas, na década de 1940.

A coisa era mais fácil quando vinha por meios oficiais, via acordos de cooperação entre os dois países. De tempos em tempos, o governo nipônico liberava sementes para cultivo no Brasil, como as da maçã Fuji, em 1971. Junto com as comidas “inéditas”, os japoneses trouxeram técnicas para ampliar a escala de produção de gêneros alimentícios já presentes no país, mas ainda restritos ao esquema de fundo de quintal, como o alface, o tomate, o chá preto, a batata e o emblemático exemplo da produção de frangos e ovos. A avicultura brasileira apenas ensaiava um vôo de galinha até a década de 1930. A atividade só decolou de vez com a importação de aves-matrizes do Japão e com a experiência dos imigrantes japoneses nas granjas.

Consultoria: Célia Sakurai, pesquisadora do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.