Jovens dekasseguis lideram ranking de delinquência no Japão

Jornal Tudo Bem - Jovens dekasseguis lideram ranking de delinquência no Japão
Jovens dekasseguis lideram ranking de delinquência no Japão
Dos infratores estrangeiros com idade igual ou menor que 20 anos no Japão, brasileiros representam 26,6%
Tudo Bem
Ebine, diretor de investigações internacionais da polícia japonesa, falou sobre a criminalidade entre os brasileiros em seminário do CIATE

Comparada a outros grupos estrangeiros no Japão, a comunidade brasileira é a que apresenta o maior número de delinqüentes juvenis. Considerando o número de criminosos não-japoneses com idade igual ou inferior a 20 anos, 26,6% são brasileiros. No total, os brasileiros no Japão representam cerca de 15% dos estrangeiros.

Nessa estatística, criminosos jovens chineses, a maior comunidade estrangeira no arquipélago, representam apenas 4,6%.

Os dados são da Agência Nacional de Polícia do Japão e foram divulgados sábado 20, em São Paulo, no simpósio internacional comemorativo dos 15 anos de fundação do Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior (CIATE). No evento, discutiram-se os problemas enfrentados na integração da comunidade brasileira à sociedade japonesa.

Kazuhiro Ebine, diretor adjunto do departamento de investigações internacionais da polícia japonesa, afirma que a proporção de delinqüentes juvenis brasileiros é excepcionalmente alta em relação a outras nacionalidades. “Percebemos que os brasileiros se envolvem com o crime muito cedo. Nessa faixa etária, as pessoas não deveriam exercer esse tipo de atividade”, diz.

De acordo com o diretor, a polícia japonesa percebe a tendência de formação de grupos e redes de contato entre jovens brasileiros que cometem delitos. “No fundo, temos de levar em conta que muitas dessas pessoas chegaram ao Japão ainda crianças e tiveram dificuldades em se adaptar à cultura, ao idioma, aos costumes. Como conseqüência, elas não conseguiram se adequar ao sistema educacional japonês. Não queriam ir à escola e foram introduzidos a grupos de criminosos”, explica.

CRIMES
A ocorrência de delitos cometidos por brasileiros (incluindo os adultos) no arquipélago, registrados pela polícia, aumentou 340% desde 1996.

Entre os crimes mais comuns cometidos por membros da comunidade, previstos no código penal, estão, em ordem de maior freqüência, os furtos de veículos, os assaltos e, em seguida, crimes que envolvem narcóticos, como o tráfico e consumo de drogas ilícitas.

Para previnir o envolvimento de jovens brasileiros com atividades ilegais, a polícia japonesa tem adotado, como algumas das principais medidas, as ações de conscientização junto à comunidade.“Em zonas urbanas, a prioridade da polícia é oferecer assistência aos brasileiros”, afirma Kazuhiro Ebine.

“Temos promovido muitas campanhas de esclarecimento à população estrangeira sobre as regras e leis do Japão. Estamos distribuindo panfletos informativos e formando comitês, em parceria com as associações e comunidades brasileiras, para promover a segurança e assegurar que os jovens tenham um desenvolvimento saudável”.