Entenda o fichamento de brasileiros no Japão

Jornal Tudo Bem - Entenda o fichamento de brasileiros no Japão

Entenda o fichamento de brasileiros no Japão
Registrar tanto a impressão digital, quanto a fotografia, é simples, mas pode acarretar em fila de espera

Os brasileiros que entrarem no Japão a partir de 20 de novembro terão que deixar suas impressões digitais e fotografia registradas na Imigração, no momento do desembarque no aeroporto. A medida, promulgada em março de 2006, visa barrar a entrada de terroristas no arquipélago e afetará todos os estrangeiros, não importa a nacionalidade.

O procedimento é bem simples, mas o problema maior no início da implantação do sistema pode ser a fila de espera. Todos os brasileiros com idade acima dos 16 anos terão de passar pelo procedimento, não importa o tipo de visto que possuam, se são portadores do re-entry ou se são considerados cidadãos japoneses.

Os únicos que estão liberados do procedimento obrigatório são os portadores de visto permanente especial, categoria na qual os brasileiros não se encaixam (ver detalhes ao lado), profissionais que estão no país com status de residência como diplomata ou oficial do governo e estrangeiros convidados por órgãos do governo japonês.

Para os brasileiros, a medida não causa problemas maiores a não ser a fila de espera, mas a notícia foi mal recebida pela imprensa estrangeira no Japão, como ficou claro na entrevista coletiva de quarta-feira 24, em Tokyo, com representantes da Imigração.

Uma das principais queixas recai sobre a exigência do fornecimeto de dados pessoais somente pelos estrangeiros, colocando todos como potenciais terroristas. Vale lembrar que um dos mais recentes atentados cometidos no arquipélago, com gás sarin no metrô da capital japonesa, foi organizado por membros da seita Aum, todos japoneses religiosos fanáticos. A segunda queixa é quanto à inconstitucionalidade, como apontou uma das maiores associações de advogados do Japão, a Japan Federation of Bar Associations. Além de ferir a Constituição do Japão, também é contra o que está previsto nos termos que rege os Direitos Civis e Políticos internacionais.

O procedimento da coleta de impressões digitais não é exclusiva ao Japão. Ele já é adotado em aeroportos americanos, desde o atentado que colocou no chão as duas torres do World Trade Center, e sabe-se que a União Européia também estuda implantar o mesmo sistema, apesar de não ter divulgado nada oficial.

TIRE SUAS DÚVIDAS

1 Para quem vale a mudança?
Todos brasileiros com idade acima dos 16 anos

2 Quem não precisa registrar suas impressões digitais e fotografia?
Portadores do visto de residentes permanentes especiais (na maioria, chineses, coreanos e taiwaneses nascidos fora do Japão antes da Segunda Guerra Mundial e cujos pais são japoneses), profissionais que estão no país com status de residência como diplomata ou oficial do governo e estrangeiros convidados por órgãos do governo japonês

3 A medida vale apenas para aeroportos com vôos internacionais?
Não, também será feita nos portos japoneses que recebem navios de rotas internacionais

4 Moro no Japão, mas viajarei ao Brasil. O que preciso apresentar ao retornar ao arquipélago?
Passaporte, re-entry e cartão de desembarque são pedidos pela Imigração. É bom levar o gaikokujin toroku

5 Como é o registro das impressões digitais e da foto?
Basta seguir as orientações exibidas em um terminal dentro das cabines já instaladas no Aeroporto Internacional de Narita. O terminal também indicará ao passageiro, quando a fotografia será tirada

6 Posso recusar e não ser “fichado”?
Não, quem se recusa será brigado a voltar ao país de origem – não vai entrar no Japão