Câmara Municipal de Curitiba homenageia Claudio Seto

do Paraná Shimbum

Câmara Municipal de Curitiba homenageia Claudio Seto

Denise Somera
Seto foi ao Japão aos 9 anos de idade e estudou noTemplo Myoshinji, em Kyoto

No dia 15 de março a Câmara Municipal de Curitiba deu a Cláudio Seto o título de Cidadão Honorário de Curitiba. Conhecido na comunidade japonesa da cidade, é difícil descrever Seto em uma só profissão. Ele é jornalista, fotógrafo, organizador há mais de 10 anos dos matsuris da capital, quadrinhista, chargista, primeiro brasileiro a desenhar e publicar mangás (na década de 60), pesquisador da cultura japonesa e também da imigração no Brasil, sem contar seu trabalho como artista plástico e aprendizado em várias artes tradicionais japonesas.
O currículo de Cláudio Seto é vasto, assim como seu conhecimento sobre as tradições, mitologia e cultura japonesa. Nasceu em 1944 em Guaiçara, cidade que o homenageou como Comendador em novembro do ano passado. Lá, Seto foi vereador e presidente da Câmara entre 1972 e 1973. Para receber a homenagem em Curitiba, Cláudio Seto (que foi batizado como Chuji Seto Takeguma) foi indicado pelo ex-vereador e atualmente deputado estadual Rui Hara, que considera importantíssima sua contribuição para a cultura e para a comunidade japonesa da cidade. “O Seto é referência na comunidade nipo-brasileira de Curitiba, trabalhando na divulgação das nossas tradições e hábitos. Hoje somos considerados referência nos matsuris graças ao seu trabalho”, diz Hara.
O jornalista é conhecido por seu bom humor, simpatia e trabalho pela comunidade. Conforme o site de cultura pop Omelete, Seto também será homenageado com um documentário, com o foco na sua produção em quadrinhos (ele é autor de diversos personagens, como Maria Erótica, Katy Apache, O Samurai de Curitiba, entre outros). A editora Mythos, também de quadrinhos, estuda a possibilidade de lançar um álbum com as histórias de Seto publicadas nos anos 70.

História – Cláudio Seto foi morar no Japão com 9 anos e lá, durante 3 anos, estudou noTemplo Myoshinji, da seita Zen, em Kyoto. Nos finais de semana, visitava em seu estúdio Osamu Tezuka, “o pai do mangá”. Voltou ao Brasil com 17 anos e trabalhou em São Paulo na Editora Edrel, publicando histórias de ninjas e mangás, antes mesmo destes termos serem conhecidos no Brasil. Na década de 70 veio para Curitiba, onde reside até hoje. Foi colunista e colaborador do jornal Paraná Shimbun por vários anos e atualmente é editor do jornal Garça da Sorte e Planeta Zen, além de pesquisador no censo da comunidade nipo-brasileira, em parceria com a jornalista Maria Helena Uyeda e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).