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Governo cria cartilha para emigrantes brasileiros

Do portal Nippo Brasilia

"Brasileiros no Exterior, Informações Úteis" traz informações e dicas para emigrantes

O Ministério do Trabalho e Emprego lança a cartilha "Brasileiros no Exterior, Informações Úteis" para informar e alertar os brasileiros que emigram para outros países.

A cartilha pretende esclarecer os emigrantes sobre as exigências como saúde e vistos, riscos da clandestinidade, tráfico de pessoas, prostituição, os órgãos que devem ser procurados em caso de emergência, as dificuldades mais comuns, entre outras informações. O trabalho foi elaborado com base em informações coletadas de órgãos como Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Educação (MEC), Saúde (MS), Justiça (MJ), Relações Exteriores (MRE), Previdência Social (MPS), Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), entre outros.

Disse o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, "é uma contribuição muito importante que o governo dá para milhares de emigrantes que precisam se sentir brasileiros em qualquer parte do mundo. O sentimento de nação não depende de onde você vive".

E complementa, "É importante enfatizar que esta é uma forma de conscientização e esclarecimento e não um incentivo. O mundo globalizado muitas vezes, em setores específicos, oferece oportunidades de emprego que o Brasil não oferece. Já que a emigração é uma realidade, vamos conscientizar, amparar e esclarecer para que os emigrantes não sejam enganados. Queremos que os emigrantes brasileiros recebam o mesmo tratamento que damos para os imigrantes que chegam no Brasil".

A cartilha está em fase de consulta pública até o dia 19/07/2007 para que o público possa fazer suas contribuições. A íntegra do material pode ser obtido no endereço www.mte.gov.br/consultamigrante e as contribuições enviadas pelo e-mail consulta.migrante@mte.gov.br.

Ivoti ( Cidade das Flores) é onde tem a maior colônia japonesa no sul.

Embora os imigrantes japoneses tenham chegado ao Brasil em 1908, só em 1956 a sua presença foi oficializada na Região Sul do país. Em 20 de agosto, desembarcaram no porto de Rio Grande aqueles que seriam considerados os primeiros imigrantes nipônicos. “Éramos 23 rapazes, todos solteiros”, lembra Kakayuki Kurihara, 73 anos, que estava a bordo do barco que atracou no Porto de Rio Grande. Kurihara é natural da província de Kumamoto, sul do Japão. A maior colônia japonesa do Estado encontra-se no município de Ivoti. As cidades de Gravataí, Viamão, Pelotas, Santa Maria, Caxias do Sul e Passo Fundo também são destaques da imigração oriental no RS

Em 1966, os dirigentes municipais deram um belo exemplo de diversidade cultural, destinando uma área de terras para serem ocupadas por 26 famílias de imigrantes japoneses, surgia assim a Colônia Japonesa, produtora de uvas de mesa, kiwi, hortaliças e flores.

Prefeitura Municipal
Av. Pres. Lucena, 3527 93900-000 - Ivoti - RS
Fone: (51) 3563.8800
Fax: (51) 3563.1111

Ivoti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Município de Ivoti

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Hino
Aniversário
Fundação 19 de outubro de 1964
Gentílico Não disponível
Lema
Prefeito(a) Maria de Lourdes Bauermann ()
Localização
Localização de Ivoti
29° 35' 27" S 51° 09' 39" O
Estado Rio Grande do Sul
Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre
Microrregião Gramado-Canela
Região metropolitana
Municípios limítrofes Não disponível
Distância até a capital Não disponível
Características geográficas
Área 63,138 km²
População 18.379 hab. est. 2006
Densidade 291,1 hab./km²
Altitude 127 metros
Clima Subtropical-úmido CFA
Fuso horário UTC -3
Indicadores
IDH 0,851 PNUD/2000
PIB R$ 267.908.747,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 15.782,55 IBGE/2003

Ivoti é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se a uma latitude 29º35'28" sul e a uma longitude 51º09'38" oeste, estando a uma altitude de 127 metros. Sua população estimada em 2004 era de 17 443 habitantes. Possui uma área de 65,177 km².


História

O atual município de Ivoti teve parte de suas terras ocupadas, iniciamente, no século XVIII, por meio da criação de gado, na região conhecida como Faxinal do Courita, que deu origem aos hoje municípios de Ivoti, Estância Velha, Lindolfo Collor, Presidente Lucena, Dois Irmãos, Novo Hamburgo, Campo Bom e Sapiranga.

No entanto, foi com a chegada dos imigrantes alemães ao Vale do Rio dos Sinos, em 1824, que os primeiros colonos, de fato, se fixaram nesta área, por volta de 1826 - embora algumas referências históricas indiquem o início da colonização entre 1824 e 1825.

Os imigrantes que se dirigiam para esta área eram oriundos da região do Hunsrück, na atual Alemanha, naquela época pertencente à Prússia. A família que primeiro se fixou no vale do arroio Feitoria foi a família de Johan Heinrich Barghan, que precisou enfrentar inúmeras dificuldades, representadas pela presença de matas e animais.

As primeiras denominações que esta região recebeu foram Berghanthal e Berghanschneis, que significam "vale" e " picada" dos Berghan. Pela Lei Provincial nº 635, de 4 de novembro de 1867, esta área passou a denominar-se Bom Jardim, constituindo o terceiro distrito de São Leopoldo.

A denominação de Bom Jardim, escolhida em virtude destas terras serem propícias ao cultivo de flores, foi alterada pela Lei nº 7.199, de 31 de maio de 1938, para Ivoti, que significa "Flor", na língua Tupi-Guarani. Advém daí o fato de Ivoti ser conhecida como "Cidade das Flores".

Dentre as primeiras linhas ou picadas que foram povoadas, destacam-se a Picada 48, a Picada Feijão (ou Bohnenthal) e a Nova Vila (ou Neudeutschland).

Evolução histórica e política

Pertencendo inicialmente a Porto Alegre e depois a São Leopoldo, com emancipação de Estância Velha, em 8 de setembro de 1959, Ivoti passou a constituir o primeiro distrito deste novo município.

Pouco depois, iniciava-se o movimento que visava à emancipação de Ivoti, tendo-se organizado uma comissão (formada pelos senhores Osvino Gernhardt, Humbert Biersdorf, Cláudio Oscar Becker, Ervino Klein, Nicolau Fridolino Kunrath, Nelson Dietrich, Dante Dienstmann, Remi Holler), com a incumbência de fazer os contatos iniciais, promover reuniões para alcançar a esta meta.

Tomadas as providências necessárias, foi realizado um plebicito a 12 de julho de 1964, no qual a população demonstrou-se plenamente favorável à emancipação. Em 19 de outubro de 1964, o então Governador do Estado Ildo Meneghetti, assinava a Lei nº 4.798, que criava o município de Ivoti.

Foram imediatamente marcadas as eleições, para a escolha dos primeiros dirigentes do município, que foram empossados em 26 de janeiro de 1965. Foi escolhido como prefeito municipal Neldo Holler, e como vice-prefeito Jacob Schneider. A Câmara Municipal ficou assim constituída: Nilo Armando MüllerJúlio Schneider, Lauro Carlos Fröhlich, Flávio Klein, Hugo Birk, Neno Edgard Heinle e Orlando Alcelmo Seth. (presidente);

Desde sua emancipação, Ivoti já teve os seguintes prefeitos:

O Município de Ivoti, em 20 de março de 1992, perdeu parte de sua área total com o desmembramento de localidades que passaram a constituir os municípios de Lindolfo Collor e Presidente Lucena, criados por meio de lei sancionada pelo Governador Alceu Collares.

Geografia

O Município de Ivoti encontra-se numa área de transição entre a chamada Depressão Central e a Serra Geral, nos primeiros degraus da Serra ou Planalto Riograndense.

Possui altitudes modestas, estando a sede municipal a apenas 144m acima do nível do mar. A estrutura geológica é constituída de rochas areníticas e basálticas. Os solos do município são principalmente argilo-arenosos, sem grande fertilidade e com muita acidez.

Seus cursos de água - com destaque para o arroio Feitoria - fazem parte da bacia do rio Caí, embora o município integre a Associação de Municípios do Vale do Rio dos Sinos, devido a identidade sócio-econômico-cultural existente entre os municípios que a compõem.

Seu clima é subtropical, notando-se perfeitamente a delimitação entre as quatro estações do ano. Esse tipo climático se caracteriza pela grande variação de temperatura, com verões quentes e invernos frios, e igualmente uma grande variação diária. Sua média termométrica é de 12ºC, com máximas ultrapassando 40ºC e mínimas atingindo abaixo de 0ºC.

As chuvas abundantes, em certas épocas do ano, podem causar problemas de enchentes, geralmente no fim do inverno. Muitas vezes ocorrem, também, chuvas de granizo e geadas. Durante o inverno, a região recebe influência dos ventos frios provenientes da Antártida, determinando uma queda brusca de temperatura. Já os ventos quentes, provenientes do Norte, normalmente anunciam chuvas, atingindo a média anual de 1.600mm.

No município existem pastagens naturais e artificiais, mata nativa e áreas de reflorestamento, com acácia negra e eucalipto.

Economia

Com o objetivo de satisfazer as necessidades vitais, o imigrante-colono começou a desenvolver atividades através da agricultura e da criação de gado, pois estas lhe forneceram os produtos básicos para sua sobrevivência.

Abrindo as picadas e derrubando a mata, iniciou suas atividades plantando produtos de subsistência. E até hoje, a agricultura e a pecuária praticadas em ivoti são feitas em pequenas propriedades do tipo familiar, onde se cultiva aipim, milho, cana-de-açúcar, batata-doce, frutas e verduras. Alguns produtos são cultivados com fins comerciais, como os hortifrutigrangeiros produzidos na Colônia Ivoti.

O cultivo de flores, favorecido pelo tipo de solo no Município, embeleza os jardins e concorre para que Ivoti seja, de fato, a "Cidade das Flores".

A Colônia Ivoti, localizada no Vale das Palmeiras, foi criada em 1966 com a vinda de duas famílias de imigrantes japoneses, Sasada e Tanisaki. Possui uma área de cerca de 200 habitantes, dividida em 37 lotes, dos quais 7 ficam em Dois Irmãos e 30 em Ivoti.

Atualmente, os principais produtos cultivados na Colônia Ivoti são as uvas de mesa, o kiwi, a bergamota, o caqui, as flores naturais (tanto para produção de mudas como para ornamentação) e as hortaliças (para consumo e produção de mudas). A agricultura desenvolvida é intensiva, com tecnologia importada e adaptada aos solos e clima da região.

O desenvolvimento da pecuária no município tem por objetivo, principalmente, a produção de leite. Entretanto, além da bovinocultura, destacam-se também a avicultura e a suinocultura.

Dentre as atividades industriais, destacam-se as do ramo coureiro-calçadista, de alimentação (incluindo laticínios) e de confecções (malharias).

Aspectos Religiosos

Dos imigrantes que vieram para esta região, cerca de 68% eram protestantes e 32% eram católicos. Para eles, a religião teve grande importância, pois somente através de sua organização em comunidades religiosas é que conseguiram preservar a sua língua e a sua cultura, e dar aos seus descendentes mediante a criação de escolas, a educação básica, já que o governo brasileiro não ofereceu apoio e as condições necessárias para o seu desenvolvimento.

Em 1834, um grupo de imigrantes católicos começou a se reunir, e em 1857 foi feito o lançamento da pedra fundamental da primeira Igreja Católica de Bom Jardim. Nesta época, já dispertava como líder da comunidade o professor Mathias Schütz (1821-1896), nascido na Alemanha que trabalhou em Ivoti por longos 50 anos.

A origem da Igreja Evangélica de Ivoti data de 1846, e Picada 48 Baixa, passando a atender também Bom Jardim, por volta de 1874. A pedra fundamental da Igreja Evangélica foi lançada em 1868. É importante destacar que a comunidade evangélica de Picada 48 Baixa é uma das mais antigas do Rio Grande do Sul.

Sotaque Brasileiro em foco: Japão
Matéria que saiu na revista Sotaque Brasileiro, do Canadá, edição de outono de 2006.

Um pequeno Brasil no Oriente

Com 300 mil pessoas, a comunidade brasileira no Japão enfrenta o dilema da identidade cultural
Por Samantha Shiraishi, de São Paulo

Pense numa comunidade brasileira no exterior que tem tudo que você imagina para seu conforto: lojas, restaurantes, escolas, TV brasileira, vários jornais e revistas, agências bancárias, intérpretes em muitos órgãos públicos, empregos bem-remunerados. Parece um sonho? Pois este Little Brazil existe, e com a vantagem de sua população de 300 mil pessoas viver quase totalmente dentro da legalidade. Estamos falando da comunidade brasileira no Japão.
Iniciada em 1989, quando a lei de migração japonesa criou o visto de residente para descendentes de japoneses (estendido depois aos cônjuges brasileiros), a comunidade é conhecida no Brasil como dekassegui. Esta palavra japonesa é usada para se referir a pessoas que saem de sua terra natal para trabalhar temporariamente em outro lugar, longe de suas famílias.
No início do movimento dekassegui, apenas os chefes de família ou solteiros iam trabalhar no Japão. Mas os pais começaram a levar a família e a ter filhos no arquipélago. Logo começaram a surgir enormes dificuldades de adaptação dessas crianças às escolas japonesas. Como resposta ao problema, foram abertas mais de 60 escolas privadas brasileiras no país. Hoje, 19 delas são reconhecidas pelos governos dos dois países. Além disso, escolas japonesas têm programas extracurriculares de adaptação para os brasileiros.
Ainda assim, a educação das crianças é um dos maiores problemas da comunidade brasileira no Japão. Isso se deve à dificuldade que os pais brasileiros têm com o idioma, especialmente escrito, e ao impasse de criar filhos para serem brasileiros ou para serem japoneses. A escola brasileira mantém os vínculos com a pátria, mas limita os alunos ao universo fechado da comunidade brasileira no arquipélago. A escola japonesa, por sua vez, transforma os estudantes de outras nacionalidades em japoneses, o que atrapalha até a comunicação em casa porque essas crianças e jovens não falam o idioma dos pais, e estes não compreendem bem o japonês.

Envolvimento com o mundo do crime

Os problemas de adaptação, no entanto, não param aí. Quem imagina os descendente de japonês como o primeiro da classe que tira a maior nota no vestibular se assusta ao descobrir os grupos heterogêneos que se formaram no Japão. Lá, os brasileiros são associados à criminalidade tanto pela mídia quanto pela sociedade japonesa. Embora muitos digam que se trata de exagero e xenofobia, a verdade é que o envolvimento de brasileiros com o mundo do crime no Japão é preocupante. “Segundo relatórios da polícia, das quatro mil pessoas condenadas em 2004, 1.116 são brasileiros”, revela Adelson Brito, consultor para assuntos de prevenção ao crime na comunidade estrangeira da província de Shizuoka, região com grande concentração de brasileiros.
O consultor foi um dos entrevistados em recente reportagem que a TV Record fez no Japão ao acompanhar a visita da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal. “Fomos a presídios e reformatórios juvenis onde brasileiros estão encarcerados”, conta a jornalista Catarina Hong, correspondente da TV Record na Ásia. É a terceira vez que uma comissão de deputados brasileiros averigua a situação dos brasileiros no Japão. Há um ano, o presidente Lula esteve no Japão, mas ainda não há resultados concretos da visita.
Os brasileiros estão concentrados em cidades industriais japonesas. Hamamatsu, Nagoya e Oizumi abrigam as maiores populações brasileiras. A grande maioria dos brasileiros trabalha como operário nos chamados “serviços 3K”: kitanai (sujo), kiken (perigoso) e kitsui (pesado). Fazem o trabalho que o japonês já não se sujeita a fazer. O salário mensal é de cerca de CAD$ 2 mil para mulheres e CAD$ 3 mil para homens – 13,58 por cento do salário é direcionado para o seguro-social, que só recentemente passou a ser obrigatório para os brasileiros.
Na teoria, brasileiros e japoneses são submetidos às mesmas leis trabalhistas, mas poucos dekasseguis têm consciência de seus direitos ou fazem uso deles. A razão disso é a falta de conhecimento do idioma, fator que isola a comunidade dos japoneses, além de causar muitos mal-entendidos e conflitos entre as duas culturas.

Mão-de-obra mais barata
Outro desafio no mercado de trabalho é a oferta de mão-de-obra mais barata. A crescente onda de imigrantes asiáticos levou para o Japão chineses, tailandeses e indonésios que trabalham por um terço do salário pago aos brasileiros. Mas ainda há quem invista na reputação de povo trabalhador dos brasileiros no Japão. “Apesar dos rumores sobre mão-de-obra mais barata, acredito que o movimento dekassegui vai continuar por muito tempo. O alto padrão da mão-de-obra brasileira é reconhecido pelos empresários japoneses”, diz Mutumi Iamada, vice-presidente da Associação Brasileira das Agências Nikkeis (Aban), com sede em São Paulo. A organização agrega empresas que intermedeiam a contratação de brasileiros por fábricas japonesas.
Iamada ressalta que, além de a situação econômica do Brasil continuar desfavorável, muitos brasileiros estão se fixando no Japão, fator que motiva parentes a ir para lá. “E mais: o Japão vive uma crise demográfica e precisa de imigrantes. Uma revisão na lei de imigração não mudaria drasticamente o futuro da comunidade”, diz. A revisão da lei a que Iamada se refere é motivo de preocupação na comunidade dekassegui. Em junho, o vice-ministro da Justiça japonês, Taro Kono, apresentou um esboço de projeto de reforma da política migratória do Japão que sugere mudanças significativas como a abolição do visto de residente permanente para descendentes de japoneses. “Temos de admitir que abrir as portas do país desta forma foi um erro”, disse o vice-ministro à imprensa.
A situação dos imigrantes no Japão está em discussão no Parlamento japonês. O Partido Liberal Democrata (PLD), do primeiro-ministro Junichiro Koizumi, apresentou uma proposta no sentido oposto. O governo quer promover a mão-de-obra estrangeira no Japão e propõe a extensão do período de permanência dos descendentes de japoneses de três para cinco anos e a criação de um Green Card para profissões altamente qualificadas, o que facilitaria a entrada de estrangeiros sem ascendência japonesa no país.

O tamanho da comunidade brasileira no Japão

A terceira maior comunidade brasileira no exterior, tem uma vasta malha de negócios e serviços que inclui de bancos a escolas e shopping centers.
· População brasileira no Japão: 300 mil pessoas. Hamamatsu é a cidade com mais brasileiros (18 mil). Cerca de 30 mil brasileiros vivem na região de Hamamatsu e cidades vizinhas
· Escolas brasileiras: Mais de 60; 19 reconhecidas pelo MEC, Ministério da Educação do Brasil
· Estabelecimentos comerciais: 400 lojas, 80 restaurantes e vários shopping centers
· Bancos: Cinco bancos – Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander e Banespa – têm agências no Japão para atender a clientela brasileira
· Mídia verde-amarela: três jornais semanais; cinco revistas mensais com circulação nacional e algumas revistas locais; vários programas de rádio
· Igrejas: Cerca de 500 igrejas para brasileiros (a maioria delas evangélica)

Quem são eles
Conheça o perfil e os sonhos de quatro brasileiros que vivem no Japão
“Meu lugar é no Brasil”
Quando tinha nove anos, Nanci Lissa Miyagasako, 24, foi morar no Japão, onde fez faculdade de relações internacionais. Nanci quer ser professora, faz estágio em uma escola japonesa e participa do grupo de voluntários IAPE (Intercâmbio de Alunos e Pais Estrangeiros) dando aulas de português e espanhol. “Só aos 18 anos é que reencontrei minha origem brasileira. Fui para o Brasil num intercâmbio da Children's Resourse International, instituição japonesa que atua na associação comunitária da favela Monte Azul, na Zona Sul de São Paulo”, conta. “Pena que não falo bem português para tentar trabalhar no Brasil. Meu lugar é lá. Não quero passar o resto da minha vida no Japão, sendo forçada a ser séria e quieta.”

Falta de perspectivas
A falta de perspectivas no Brasil levou André Kenji Teruya, 29 anos, para o Japão em 1995. O jovem do ABC paulista foi trabalhar em uma fábrica de automóveis na província de Shizuoka. “Sofri muito, tinha saudades do Brasil, estranhava a nova rotina, mas também sentia um deslumbramento por tudo à minha volta, por mais banal que fosse.” André saiu da fábrica para trabalhar como intérprete por telefone em uma companhia de comunicação. Hoje, ele também dá aula de português em uma escola para filhos de dekasseguis. Em um de seus retornos ao Brasil, ele começou a estudar Letras mas teve de trancar a faculdade porque o dinheiro acabou. “O Japão foi, mais uma vez, a solução. No Brasil não sei se teria chances profissionais que tenho aqui.”

Longe do filho
Tatiana Lina Yamada, 30 anos, passou metade da sua vida Japão, para onde foi com a irmã mais velha para encontrar o pai, em 1991. “Fiz um pouco de tudo aqui. Trabalhei em fábricas, cuidei de crianças, fiz bolos, salgados, pratos congelados, trabalhei em restaurante, escritório, escrevi para um jornal em português.” Hoje Tatiana se dedica à filha Luna. O filho mais velho de Tatiana, Yudi, de 12 anos, não se adaptou às escolas japonesas e foi morar no Brasil com os avós. “Espero que ele venha ficar comigo no final do ano. Eu gosto do Brasil, mas depois de tanto tempo vivendo fora do país, a minha maneira de pensar mudou muito. Não sei se me readaptaria ao Brasil.”

Blog sobre adaptação ao país
Formado em turismo, Leandro Ikehara, 26 anos, chegou ao Japão em maio convidado pelo pai, dekassegui há mais de uma década. Pai e filho trabalham numa panificadora. Leandro ainda não fala japonês e tenta se virar em inglês. “Falo “nihonglish”, uso palavras que derivam do inglês com sotaque japonês.” Muitas palavras inglesas foram absorvidas pela língua japonesa –hamburger, por exemplo, virou hambago em japonês. Leandro quer trabalhar na sua área de formação e para isso criou um blog (www.boardingpass2.blogspot.com) em que dá informações turísticas sobre o Japão e fala com humor sobre a adaptação à vida de operário no Oriente.