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Curso de japonês em Criciúma, SC

do site do jornal A Tribuna de Criciúma

Um curso para aprender japonês

Um curso para aprender japonês

Vanessa Feltrin | da Redação

Os interessados em falar, ler e escrever a língua japonesa, e conhecer um pouco mais sobre a cultura do Japão, não precisam ir para o outro lado do mundo para aprender sobre as peculiaridades da Terra do Sol Nascente. Em Criciúma, duas turmas terão encontros marcados todas as quartas-feiras na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) para desbravarem, ainda que de longe, todos os encantos e oportunidades desse curioso país.

Turmas para iniciantes

As duas turmas são de iniciantes, ou seja, abertas para o primeiro semestre. Nas aulas, uma por semana durante três horas, os alunos, já aprendem um pouco do básico da leitura e da escrita. Quem passa os conhecimentos é Ana Cristina Gonçalves, arte educadora, pesquisadora do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação Estética (Gedest) da Unesc e professora de língua e cultura japonesas. Ela morou dez anos no Japão, é de Curitiba, no Paraná, e desde 2002 vive em Criciúma com os familiares. Nos encontros semanais, serão ensinados os alfabetos Hiragana e o Katana e um pouco do Kanji. O Hiragana liga os kanjis, dá fluência vocal. No entanto, é possível escrever tudo em hiragana sem usar o kanji. É o básico. O Katana é usado para designar palavras ou nomes estrangeiros. O Kanji é um caractere de origem chinesa utilizado para escrever junto com os silabários Hiragana e Katana. Aqui no Brasil, o Kanji é conhecido também por ideograma, muito utilizado nas tatuagens.

Em 2004, doze alunos

Essa é a segunda vez que o curso de japonês é oferecido no município. Em 2004, 12 jovens participaram da única turma. Nenhum deles tinha descendência japonesa. Eram adolescentes do Ensino Médio e universitários fãs dos mangás (histórias em quadrinhos) e animes (seriados de animação, desenhos animados). Como alguns foram trocando de cidade e de interesses, poucos continuaram a freqüentar as aulas e Ana Cristina começou a dar aulas particulares. "Os alunos procuraram o curso porque tinham vontade de saber, sem a tradução, o que realmente os personagens favoritos relatavam. Outros eram admiradores da cultura. Havia ainda profissionais que mantinham contato com japoneses", diz, destacando o perfil dos estudantes.

As aulas em 2007 ainda não iniciaram. A turma está em formação e deve conter no mínimo 12 interessados. O curso conta com o apoio do Consulado do Japão em Porto Alegre e da Fundação Japão de São Paulo. O Consulado, segundo Ana Cristina, é responsável pelo apoio didático (com livros, vídeos, pôsteres e divulgação de bolsas de estudos - mestrado ou doutorado). Já a Fundação garante uma vaga anual para o melhor aluno passar uma semana de imersão total na língua japonesa em São Paulo. "As pessoas sabem pouco sobre o Japão. O país oferece muitos cursos, arte e oportunidades para aqueles que queiram viver lá, independentes de serem nikkei. Faltam apenas a divulgação e a procura", conta a professora. São chamados nikkei, os descendentes de japoneses, bem como nissei, para os filhos; sansei, para os netos; e yonsei, para os bisnetos. Os nipo-brasileiros que trabalham no Japão são conhecidos como dekassegui.

Conhecimento básico do idioma necessita de pelo menos três anos e meio de dedicação aos estudos

Para conhecer o básico do idioma japonês é preciso, de acordo com Ana Cristina, freqüentar as aulas durante três anos e meio. É durante esse tempo que o aluno adquire o conhecimento básico da leitura e da escrita nipônicas, além do conhecimento básico da conversação. "Um único caractere pode significar uma palavra, uma frase ou até uma idéia completa. É preciso dedicação e investir sempre no estudo, já que a língua está em constante movimento", ressalta. Na região de Criciúma, onde os moradores têm quase sempre um dos parentes morando fora do país, em maior abundância nos Estados Unidos e em países da Europa, o interesse pelo Japão vem sendo despertado aos poucos. "Quando ouvimos falar que alguém foi para os Estados Unidos, Alemanha ou Itália, por exemplo, sabemos que isso tem ligação com o lado econômico. Quando o foco é o Japão, não é a oportunidade de ganhar dinheiro que vem em primeiro plano; é a fascinação pela cultura, pelos costumes, arte e aperfeiçoamento profissional", destaca.

Aulas na Universidade

As aulas na sede da Unesc, no bairro Pinheirinho, começam assim que os primeiros 12 alunos se inscreverem. O nível 1 será estudado das 16h às 18h45min, tendo a segunda turma, também de nível 1, o horário das 19h às 22h nas quartas-feiras. No ato da inscrição é preciso pagar R$ 100. Depois de feita a matrícula, o estudante paga, mais quatro parcelas mensais de R$ 100. Mais informações podem ser obtidas por meio dos telefones (48) 3431-2620 e (48) 3431-2570, no site www.unesc.net/idiomas ou pelo e-mail idiomas@unesc.net.

Exposição sobre o Japão

Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. Porém, a maior parte deles desembarcou em terras verde-amarelas somente na década de 1930 e se fixou em São Paulo. Estima-se que, hoje, há cerca de 1,5 milhão de nipo-brasileiros, sendo os responsáveis pela maior colônia japonesa do mundo. Para quem quiser saber um pouquinho mais sobre o Japão, Marcelo Tanaka abre uma exposição na quinta-feira, dia 16, na Fundação Cultural de Criciúma. Já nos dias 30 e 31 de agosto, em Assis, São Paulo, ocorre o 5º Congresso Internacional de Estudos Japoneses no Brasil (CIEJ).