O Japão poderia deixar de aceitar trabalhadores estrangeiros



Nem todos os trabalhadores do Japão estrangeiros são dekasseguis brasileiros. E é bom acompanhar e saber que no parlamento japonês há quem se preocupe com direitos adquiridos da comunidade.
Mas quando o ministro da justiça do Japão diz que "o Japão poderia deixar de aceitar trabalhadores estrangeiros sob um plano proposto pelo governo se uma recessão econômica ou outros fatores trouxessem um fim previsível à escassez de mão de obra", tem um sinal aí:
Se você pensa em MUDAR para o Japão, A HORA É AGORA!

Zanguio - Viva e trabalhe no Japão
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A fala do ministro da Justiça, Takashi Yamashita, foi na segunda-feira (05/11/18).

"Nós deixaríamos de aceitá-los para não afetar o emprego de cidadãos japoneses", disse Yamashita durante uma reunião do Comitê de Orçamento do Parlamento. Os comentários do ministro, no entanto, provocaram reação dos legisladores de oposição. Eles argumentaram que mesmo que a aceitação dos trabalhadores estrangeiros fosse interrompida, aqueles que já haviam entrado no Japão não poderiam ser subitamente expulsos do país."(http://bit.ly/2RFgGvO)

Governo do Japão designará mais hospitais para realizar testes genéticos avançados para tratamento de câncer



O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, decidiu designar mais hospitais para realizar testes genéticos avançados para o diagnóstico e tratamento do câncer.
O ministério pretende aumentar de 11 para 50, o número de hospitais certificados para realizar os chamados testes de painel com múltiplos genes. O aumento faz parte de um plano do ministério, onde os testes serão cobertos pelo sistema nacional de seguro de saúde a partir de abril do próximo ano. Essa mudança aumentará o número de pacientes e assim a necessidade de mais hospitais para administrar os testes e analisar seus resultados para início de tratamento.
Os testes de painel permitem o exame de mais de 100 genes relacionados ao câncer em uma única análise, acelerando assim o processo de coleta e análise de dados para identificar ou criar métodos eficazes de tratamento, incluindo novos medicamentos. Os testes que custam cerca de 600.000 ienes ficaria limitado apenas para pacientes que não respondem ao tratamento padrão, como cirurgias ou quimioterapia.
Atualmente, desde fevereiro, 11 hospitais centrais em nove províncias são certificados para realizar os testes de painel, além de funções adicionais como treinamento, pesquisa e desenvolvimentos relacionados.
Hoje, os pacientes esperam cerca de um mês para receber os resultados dos testes, com o início da cobertura pelo sistema nacional de seguro de saúde, o tempo de espera aumentará caso não aumente a quantidade de hospitais.
Com 40 hospitais a mais que possam compartilhar as funções de tomada de decisões em testes, análises e tratamento, os hospitais centrais não ficarão sobrecarregados e evitaria uma longa espera nas análises, resultados e diagnósticos dos exames.
Embora os múltiplos testes genéticos de câncer possam levar à descoberta de medicação apropriada em cerca de 10% dos pacientes que receberam os testes, autoridades do ministério esperam que o sistema apropriado de testes permita a coleta de dados de alta qualidade que permitam o desenvolvimento de testes e métodos de tratamento com eficácia.

(IPC)

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Cartilha elaborada pelo consulado aborda temas como disputa de guarda, subtração internacional de menores e violência de gênero



A diplomata Luiza Horta é Vice-Cônsul e atua no setor de Assistência Consular do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio. O Setor de Assistência é responsável por casos como repatriações, prisões, hospitalizações, falecimentos e desaparecimentos envolvendo cidadãos brasileiros. Ela coordenou, no consulado, a elaboração da “Cartilha sobre Disputa de Guarda e Subtração Internacional de Menores”.

A entrevista a seguir foi publicada no site do Itamaraty:


Como foi o processo de adaptação da “Cartilha sobre Disputa de Guarda e Subtração Internacional de Menores” no que se refere às informações específicas sobre o Japão?

Foi bastante trabalhoso, pois a legislação japonesa é bastante complexa e muito diferente da brasileira. Figuras jurídicas que existem em um sistema não estão no outro e há diversos conceitos sem tradução exata. Além disso, a enorme discrepância cultural entre os países faz com que normas que parecem iguais sejam aplicadas de outra forma e gerem resultados diversos do esperado.


O que caracteriza a violência contra a mulher?

A violência contra a mulher pode ser entendida como “qualquer ato baseado no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. Pode ocorrer no meio da família, de qualquer relação (violência doméstica) ou na comunidade e ser cometida por qualquer pessoa. Pode incluir, entre outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho. A violência doméstica e familiar contra a mulher envolve uma série de atos que muitas vezes se repetem e costumam se agravar, em frequência e intensidade, ao longo do tempo e envolvem formas de coerção, cerceamento, humilhação, desqualificação, ameaças e agressões físicas e sexuais variadas. Além do medo permanente, esse tipo de violência pode resultar em danos físicos e psicológicos duradouros.


Em sua opinião, qual é a maior dificuldade para a mulher que sofre violência doméstica no exterior?

São vários os obstáculos enfrentados pela mulher em situação de violência. Um deles é a negação social, que ocorre quando elas se defrontam com pessoas despreparadas e desinformadas sobre o problema que elas estão vivendo, especialmente a rede de profissionais que deveria apoiá-la, como médicos, psicólogos, policiais, advogados, servidores públicos que, por vezes, tratam-nas com indiferença, desconfiança ou desprezo, contribuindo para aumentar a violência. Quando isso acontece, as vítimas perdem a esperança de encontrar apoio externo. A distância de seu país de origem é  um fator agravante, bem como a falta de conhecimento dos serviços disponíveis no país de destino. Por isso, é importante às brasileiras no exterior saberem que podem contar com a ajuda dos postos consulares brasileiros para orientações e outras formas de apoio.


Que tipo de ajuda as autoridades japonesas oferecem às vítimas?

Em cada província há Centros de Apoio e Aconselhamento sobre Violência Conjugal, que oferecem aconselhamento; proteção temporária às vítimas e seus familiares acompanhantes; informações e outros auxílios para promover a autossustentabilidade das vítimas; informações referentes à utilização do sistema de emissão de Ordem Judicial de Proteção, entre outras formas de apoio.  Há ainda, no âmbito provincial, os Centros de Acolhimento das Mulheres vítimas de agressão marital. Após a denúncia – que pode ser realizada por telefone ou pessoalmente – as mulheres podem, caso prefiram, ser recolhidas ao abrigo. Ao longo da internação, no intuito de estabelecer independência financeira, recebem ajuda pecuniária; para superar o trauma emocional, recebem orientação psicológica.
No âmbito federal, vinculado ao Ministério da Justiça, há o número 0570-070-810 (atendimento em japonês) para denúncia contra a violência de gênero. Por meio desse contato, a vítima será orientada a buscar a ajuda descentralizada, no âmbito da Província em que tenha residência.


Como o Consulado e o governo brasileiro podem auxiliar nesses casos?

O Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, por meio do Setor de Assistência Consular, está permanentemente disponível para atender vítimas brasileiras de violência doméstica residentes em sua jurisdição, prestando orientação geral e auxiliando no contato com os órgãos e autoridades japoneses responsáveis. Além disso, o Consulado dispõe de serviços gratuitos e em português de orientação médica, psicológica e jurídica, com profissionais dessas áreas.


Há alguma característica especial ou recorrente nos casos de violência doméstica envolvendo cidadãs brasileiras?

O Setor de Assistência Consular observa que é muito comum que as mulheres vítimas de violência doméstica sejam financeiramente dependentes do marido, pois essa situação dificulta a decisão da mulher de se afastar do agressor. No entanto, é importante observar que a violência doméstica atinge mulheres nas mais diferentes circunstâncias e qualquer pessoa, inclusive aquelas que têm indepedência financeira, podem estar nesse tipo de situação.


Qual é o risco que a mulher vítima de violência doméstica corre ao retornar ao Brasil com seu filho sem a devida autorização do pai da criança?

Tendo em vista que o Brasil assinou a Convenção de Haia, a viagem de criança sem autorização de ambos os genitores pode configurar sequestro internacional de menor, caso haja denúncia por parte do pai e não haja provas da violência doméstica. Nessa hipótese, a criança será obrigada a voltar para o Japão e não poderá deixar o país, a menos que a mãe obtenha a guarda ou permissão da justiça japonesa.
Para evitar que isso aconteça, a mulher deve reunir, antes da viagem, provas da agressão por parte de seu marido/companheiro, pois a violência doméstica é uma das exceções previstas na Convenção e descaracteriza o sequestro internacional. As provas podem ser: registro de ocorrência policial, decisões judiciais de medidas protetivas, atendimento em serviços ou casas-abrigo, acompanhamento psicossocial, testemunhas-chave, fotos, documentos, gravações etc. Se a mulher tiver condições de fazer esta comprovação, poderá defender-se de eventual denúncia de sequestro internacional e ser acompanhada, no Brasil, por advogado particular ou pela Defensoria Pública da União, para evitar que a criança seja devolvida ao pai. Além disso, a mulher pode entrar em contato com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, por meio de sua ouvidoria.

Leia a cartilha aqui.


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Recolocação de dekasseguis que já moram no Japão



Economistas dizem que a produção japonesa está crescendo à medida que a economia mundial se recupera e as empresas japonesas reduzem os estoques, e a taxa de desemprego caiu para o nível mais baixo desde junho de 1994. O resultado é atribuído à alta na demanda por produtos japoneses no exterior e junto com essa demanda, a oferta por oportunidades de trabalho para brasileiros no Japão também cresceu, mesmo para funções consideradas como trabalho não-qualificado, conhecidas como tanjun sagyo (単純作業).

O que acontece nesta situação é que muita gente, mesmo dentro do Japão, busca novas oportunidades e pode melhorar de vida.

Por isso, estamos abrindo uma nova área de atuação: a recolocação dentro do arquipélago japonês.
Oferecemos aos brasileiros ou estrangeiros em situação regular no Japão, sejam eles peruanos, filipinos ou de outra nacionalidade, serviço de recolocação de mão de obra. Nosso trabalho consiste em apresentar as informações básicas necessárias para que as empreiteiras analisem o perfil, região onde reside e outras informações básicas para sugerir vagas em fábricas que atendam suas necessidades. O serviço é totalmente GRATUITO para os candidatos.
Quer saber onde seu perfil pode ser melhor aproveitado ou valorizado?

Mande-nos seu currículo ou preencha este formulário: http://bit.ly/shigoto2018



Quer saber mais dos tipos de trabalho comuns no Japão? 

Especialidades mais freqüentes encontradas nas ofertas de trabalho para os estrangeiros nas fábricas japonesas:

  • Kumitate (組立 montagem) – Execução das etapas de montagem de peças, componentes e dispositivos eletrônicos, automóveis.
  • Kompo (梱包 embalagem) – Embalagem de produtos e peças para despacho, tanto dentro do Japão como para o exterior. Como se lida com inúmeros tipos de peças para diferentes destinos é necessário prestar atenção para o registro no código de barras (QR Code) e ter leitura básica do idioma japonês.
  • Kensa (検査 checagem, inspeção) – Função requisitada nas linhas de produção para exercer o controle de qualidade. Requer do trabalhador atenção, habilidade manual e acuidade visual, principalmente em linhas de componentes eletrônicos.
  • Yoosetsu (溶接 soldagem) – Em diferentes etapas do processo de produção, existe a necessidade do trabalho de soldagem. Há vários tipos de solda, como a MIG e o supotto (spot). Existe também o uso da solda para conectar terminais de componentes eletrônicos, handa zuke (半田付け).
  • Unpan (運搬 transporte) – Pode ser o transporte para alimentar a linha de montagem, assim como para trabalhar nos estoques de peças e produtos, com o uso de empilhadeira ou outro veículo.
Vale lembrar que, embora o trabalhador desenvolva sua habilidade para realizar estas tarefas, e a experiência é um fator de aprimoramento constante, a maioria destas funções é considerada tanjun sagyo (単純作業), ou seja, trabalho não-qualificado.

lunos brasileiros no Japão com problemas de aprendizado nas escolas japonesas


Esse texto é de 2015, mas ainda tem certo valor:



Cerca de 30 mil alunos estrangeiros enfrentam problemas de aprendizagem nas escolas japonesas – perto de 30% são brasileiros: entenda o porquê…
Sempre vemos reportagens sobre estatísticas, dados e índices sobre a comunidade brasileira, sobre educação e outros assuntos onde os alunos estrangeiros aparecem em dificuldades.
Já publicamos um texto sobre o assunto na tentativa de trazer os pais para refletirem sobre a escolarização dos filhos. Onde está o erro? Onde podemos melhorar? Estão os senhores pais interessados no futuro dos filhos ou as escolas acabam sendo entendida por estes apenas como depósitos de crianças?
Infelizmente ainda no Japão, a carga horária puxada, a falta de conhecimentos da língua japonesa em nível que permita aos pais a discutir assuntos importantes fora do dia a dia, somado a falta de integração familiar – avós, tios, primos – aumenta a distância das crianças em ter um confidente para expressar o que realmente acontece.
Muitos pais expõem seus filhos à situações constrangedoras como traduções estressante e constrangedoras; não conseguem ensinar seus filhos nos deveres de casa e terceirizam suas responsabilidades para tradutores ou ainda acreditam que seus filhos irão superar qualquer obstáculo, pois “todas as crianças conseguem”, imaginam.
Tocar neste assunto é delicado, mas de suma importância discutir e trocar ideias. Convidamos o(a) caro(a) leitor(a) a comentar e discutir este problema:
Meu filho está na escola japonesa, então, o futuro dele já está garantido?
Normalmente, os pais brasileiros no Japão desejam que seus filhos frequentem as escolas japonesas objetivando um futuro melhor para eles, que seja diferente dos seus; ou seja, os pais visualizam no sistema educacional japonês uma chance de seus filhos(as) não serem, no futuro, trabalhadores temporários – via empreiteiras ou contrato direto de curta duração.
Para esses pais, a escola japonesa é o meio de tornar as chances melhores, no que diz respeito a emprego e a mobilidade social da nova geração de brasileiros no Japão.
Mas será que é tão simples assim como muitos pais pensam?
A escola japonesa não é uma ilha separada da sociedade local, e por ser a escola parte da sociedade, o processo de integração e adaptação que as crianças estrangeiras são submetidas tende a se ajustar às necessidades e exigências da sociedade japonesa.
As crianças brasileiras que estudam em escolas japonesas pertencem a um outro universo cultural, o núcleo familiar, que na maioria dos casos é um ambiente cultural descontinuo em relação ao processo vivido no ambiente escolar, pois, a falta do domínio da língua japonesa por parte dos pais, dificulta a interação destes com os filhos, no que diz respeito a assuntos escolares, como, por exemplo, acompanhar e/ou estudar com os filhos.
E é essa “descontinuidade” entre ambiente familiar e o escolar que causa dificuldades no aprendizado, em especial, o aprendizado da língua local em nível mais elevado de proficiência, e consequentemente, dificuldade de adaptação no âmbito escolar e no aprendizado de outras disciplinas, pois, para isso, é preciso que o aluno domine a linguagem em nível escolar, não a linguagem informal apenas, a utilizada no bate-papo entre amigos, por exemplo.
Para compreendermos melhor a questão da “continuidade” e da “descontinuidade” entre ambiente familiar e o escolar, vou citar a psicóloga espanhola Isabel Sole – prestem atenção no que ela diz:
“Quando na escola a criança se depara com a linguagem escrita, em muitos casos se encontra diante de algo conhecido, sobre o que já aprendeu várias coisas. Parece-me que o fundamental é que o escrito transmite uma mensagem, uma informação, e que a leitura capacita para ter acesso a essa linguagem. Na aquisição deste conhecimento, as experiências de leitura da criança no seio da família desempenham uma função importantíssima. Para além da existência de um ambiente em que se promova o uso dos livros e da disposição dos pais a adquiri-los e a ler, o fato de lerem para seus filhos relatos e histórias e a conversa posterior em torno dos mesmos parecem ter uma influência decisiva no desenvolvimento posterior destes com a leitura.”
Prosseguindo… As crianças em escolas japonesas, por causa dessa “descontinuidade”, possuem dificuldades com a linguagem escolar, com o uso dos ideogramas japoneses (kanjis), gerando dificuldades de leitura, e como a leitura é condição prévia para o bom aproveitamento dos livros didáticos, a aprendizagem fica comprometida nas outras disciplinas também, comprometendo o desenvolvimento educacional pleno. Assim, fica difícil de acontecer o ‘sucesso educacional’ das crianças brasileiras. E numa sociedade que preza por Educação, como a sociedade japonesa, a tão sonhada “mudança na condição social”, requer, acima de tudo, sucesso educacional.
Para termos melhor compreensão desse ponto, vejamos a seguir, nas palavras da pesquisadora Elisa Sakurai, como a escolarização dos filhos é encarada pelos pais japoneses: “As crianças são pressionadas a ser bem-sucedidas na escola também pelos pais. Entre os argumentos ainda utilizados nas casas está o de que o filho deve sair-se bem para honrar o nome da família e dos ancestrais. Pais que fazem questão de sucesso acadêmico dos filhos sacrificam-se e trabalham duro para promover não só os estudos dos jovens, mas também os momentos de lazer para que os garotos, mais descontraídos, saiam-se bem nas provas.”
Então, sendo o sucesso na escola, algo que faz parte da cultura japonesa, e integração significa, entre outras coisas, adaptação à cultura de uma sociedade, podemos concluir que as crianças brasileiras que apresentam dificuldades de aprendizagem, independente se são “bem comportadas”, apresentam também problemas de integração e adaptação no contexto escolar, e consequentemente, na exigente sociedade japonesa.
Além da dificuldade de aquisição da linguagem escolar e da pressão por integração à cultura escolar, outro problema que as crianças podem vir a enfrentar é a chamada ‘ruptura emocional’. Ou seja, por não ter um acompanhamento adequado por parte dos pais, por não dominarem a linguagem para estudar com os filhos em casa, o desenvolvimento escolar da criança fica comprometido. Por outro lado, a criança, na convivência com colegas japoneses, acaba ganhando mais confiança para conversar em japonês, e muitas vezes, somente em japonês. Daí, quando a criança atinge a adolescência, a diferença de linguagem com os pais leva a uma ruptura emocional, e dessa forma, a criança acabe sendo excluída da cultura da família e também da cultura escolar. Não é raro os casos de filhos que não conseguem entrar ou concluir o ensino médio (Koko) e também não mantém diálogo com os pais por causa do idioma.
Diante desse quadro, é preciso uma conscientização dos pais, professores, escolas, comunidade, consulados, embaixada, governo japonês, enfim, de todos, ou teremos a mera reprodução da atual condição social dos brasileiros no Japão, ainda que nossas crianças frequentem o sistema educacional japonês desde o hoikuen (creche)!
É importante também que os pais busquem meios para alfabetizar os filhos na língua portuguesa o quanto antes (a partir dos 5 anos); e em casa, fazer leitura diariamente para as crianças. É comprovado que a criança que adquire gosto pela leitura desde pequena adquire mais segurança e confiança na aquisição e compreensão de uma segunda língua. E isto pode contribuir para suprir a carência da criança em relação às dificuldades que os pais têm para acompanhá-las.
Outra coisa interessante, seria se os pais conseguissem as traduções das matérias e temas das disciplinas abordadas na escola para ser estudadas em casa, fazendo o acompanhamento em português do conteúdo escolar. Seria uma forma de “ensino bilíngue”, ainda que informal. Matemática (Sansu), Ciências (Rika), Estudos Sociais (Shakai), por exemplo, mesmo com pequenas diferenças metodológicas, podem perfeitamente ser abordadas em casa, em português mesmo. O importante é levar a criança à refletir sobre o que foi abordado em sala de aula.
Finalizando… será que queremos a mera reprodução da condição de trabalhadores temporários na vida dos nossos filhos ou queremos que eles subam patamares na vida, alcançando condições melhores do que a da nossa geração? O que fazer mais para ajudar nossas crianças na escola japonesa?
Eis o dilema da nossa comunidade!
(Connexion.tokyo Team)

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Visto de yonsei



Boa notícia para os yonseis, bisnetos de japoneses.

O Ministério da Justiça solidificou a política de introdução de um novo sistema de visto para que os descendentes de quarta geração (yonsei) que cumpram alguns requisitos, tais como certo nível de compreensão do idioma local, possam trabalhar no Japão.

Segundo o jornal Yomiuri, nessa fase introdutória a intenção é permitir a entrada de cerca de mil pessoas por ano.

No novo sistema, a intenção é fazer com que o yonsei tenha interesse pelo Japão e se aprofunde na cultura nipônica.
O objetivo é a formação de recursos humanos que possam servir de ponte entre a comunidade nikkei onde vive e a sociedade japonesa.

Saiba alguns detalhes:
  • O sistema proposto é o working holiday, como há em outros países, onde se obtém a permanência enquanto trabalha.
  • A faixa etária alvo e limitada é entre 18 a 30 anos.
  • Para sua estadia será concedido um status de residência chamado tokutei katsudo (特定活動) ou traduzido livremente para o português como atividade específica.
  • Para a implementação, o candidato será submetido a um teste de conhecimento do idioma, equivalente ao teste de proficiência nível 4.
  • Para a renovação do status de residência, a condição é ter conhecimento do idioma japonês, equivalente ao teste de proficiência nível 3.

Aplicativo ensina tudo sobre o Japão e inclui aulas de japonês de graça

O NHK World Radio Japan, da empresa de mídia japonesa NHK, é um aplicativo grátis que dá acesso a notícias e programas diários de rádio sobre o Japão em português, com as reportagens do programa que vai ao ar de segunda a sexta-feira, no programa diário de 15 minutos com notícias sobre o Japão. 
O app está disponível no iTunes e GooglePlay e inclui aulas de japonês para brasileiros, notícias e artigos e o usuário pode escutar as notícias e depois se aprofundar em temas de interesse lendo os artigos.


A programação é muito interessante, com reportagens de turismo (destinos e dicas para viajar pelo Japão), perfis de pessoas interessantes envolvidas em arte, arquitetura e tradições antigas e também inclui um curso de japonês bem simples de seguir. É uma boa maneira de ampliar o conhecimento da língua japonesa.
As aulas partem da personagem principal, Anna, uma estudante tailandesa. Ela adora o estilo de desenho japonês, o manga, e seu cotidiano é o mote para o estudo.
O programa Em Foco traz problemas sociais, tendências de negócios, cultura tradicional e contemporânea. Ele traz novidades sobre vários assuntos para ajudar a entender o Japão e inclui temas sobre arte tradicional japonesa, novas tecnologias e informação relevante para quem for visitar o Japão. 


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Feriados no Japão: Obon



Seguindo a crença budista, essa é a época do ano em que os ancestrais voltam para visitar seus entes queridos. Os japoneses colocam uma espécie da lâmpada nas portas das casas para sinalizar e guiar seus ancestrais até o local e depois, ao final do feriado, colocam também esses tipos de lâmpadas em rios e praias para iluminar o caminho de volta dos ancestrais ao mundo dos espíritos.

Do mesmo modo como fazem no Brasil, as pessoas visitam os túmulos, lavando-os e colocando flores e incensos. Aqui, novamente devido a suas crenças, alimentos são colocados não só no cemitério, mas também nos altares mantidos em casa.




Equivalente ao Finados no Brasil, o “Obon” (お盆) ou somente“Bon” () é uma das tradições budistas mais importantes do Japão. Celebrado há mais de 500 anos, é uma ocasião para relembrar e homenagear os familiares já falecidos. Os japoneses acreditam que os espíritos de seus ancestrais retornam às suas casas durante essa data. Por isso, se reúnem durante esse feriado em sua cidade natal para visitar o túmulo da família (ohaka-mairi), limpá-lo e comunicar fatos novos, como nascimentos e uniões, aos entes queridos. Monges budistas também são chamados para fazer as devidas orações. Durante esse período, é normal sentir o cheiro intenso de Senko (incensos japoneses), vindo das residências e cemitérios.
Obon inicia-se com a “recepção aos mortos” quando uma lanterna (chamada de mukaebi) com o símbolo da família é acesa e pendurada em frente da casa para guiar os espíritos. Esse ritual repete-se todas as noites, porém algumas famílias preferem acender uma fogueira.

Depois, verduras e frutas são servidas sobre folha de lótus ou de inhame no altar (butsudan) que fica no interior das residências japonesas. Figuras de animais feitas com berinjela e pepino, com patas de gravetos, também são colocadas: o pepino representa o cavalo, que traz o espírito dos mortos com rapidez, e a berinjela o boi, cujo caminhar é mais lento.
Três dias depois, os espíritos voltam para o mundo dos mortos. Novamente, a fogueira é acesa e recebe o nome de okuri-bi (fogueira da despedida). As pessoas levam os espíritos dos ancestrais de volta ao túmulo, com lanternas pintadas com o brasão da família para guiá-los em seu retorno. Esse ritual se chama Okuri bon.

Em algumas regiões, as pessoas colocam lanternas feitas de papel (chouchins), iluminadas por uma vela, nas águas de rios, lagos e mares, para que possam guiar as almas de volta ao mundo espiritual. Esse magnífico espetáculo é conhecido por Tooro Nagashi (灯籠流し lanternas flutuantes) e é uma tradição durante o Obon.



Além disso, o Bon Odori (盆踊) uma dança é feita ao som de flauta e taiko, para dar boas vindas e agradecer aos antepassados. Existem diversos estilos de dança que variam conforme a região. São realizadas em locais como parques, jardins, santuários ou templos. A maioria das pessoas veste yukata (quimono de verão).



Como podemos notar, o fogo é um dos principais símbolos do Obon. Presente na lanterna e na fogueira de recepção, ele sinaliza a casa, para onde a alma deve retornar. Já no final do período da celebração, o fogo tem a função de iluminar o caminho até o mundo dos mortos. Também teria a função de espantar os maus espíritos que porventura tenham vindo junto.
Em Kyoto, acontece o Daimonji (大文字significa literalmente “letra grande”) ou Gozan Okuri-bi (Okuribi significa “fogo de envio”), onde cinco fogueiras gigantes em forma de ideogramas ou desenhos são acesas nas cinco montanhas que cercam a cidade.
O feriado de Obon, apesar de ser chamado de “feriado” não é um feriado oficial, ou seja, muitos estabelecimentos continuam funcionando normalmente. Mas, pela tradição, a maioria das pessoas costuma viajar nessa ocasião. O festival dura cerca de 3 dias, mas a data de início pode variar de acordo com a região.
O Festival compreende 3 dias, e é comemorado tradicionalmente a partir do 13 º ao 15 º dia do 7 º mês do ano, que é em julho, de acordo com o calendário solar . No entanto, o sétimo mês do ano também coincide com o mês de agosto, de acordo com o antigo calendário lunar, que são baseados no ciclo da lua, resultando em anos de doze meses e 29 ou 30 dias, portanto, os meses de celebrações do Festival Obon variam de região para região, apesar de que nos últimos anos, as comemorações têm predominado em agosto, para coincidir com o período das férias de verão.
(Com apoio de Mundo Nipo e Perdida no Japão)

Um Círculo de Ligações: Foujita no Brasil, Kaminagai e o jovem Mori.

Vi no uia
Um Círculo de Ligações: Foujita no Brasil, Kaminagai e o jovem Mori

Exposição dos artistas japoneses Tsuguharu Foujita, Tadashi Kaminagai e do nipo-brasileiro Jorge Mori, por ocasião das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil. A mostra expõe as obras dos três artistas em momentos importantes para o período artístico brasileiro, reunindo cerca de 100 trabalhos e documentos da estada de Foujita no Brasil, a pintura de Kaminagai quando de sua residência no país, e a quase desconhecida produção do jovem Mori (dos 14 aos 20 anos) que o tornou uma revelação na década de 40. A seleção dos trabalhos apresentará diferentes visões desses artistas sobre o Brasil.
Curadoria: Profa. Dra. Aracy Amaral.
Participação de Paulo Portella na curadoria do núcleo de Tadashi Kaminagai.

Quando: De terça a domingo, das 10h às 19h - Até 1º/06

Local: CCBB - Térreo, 1º, 2º e 3º andares
Endereço: Rua Álvares Penteado 112. Centro

Entrada Franca

Tokyogaqui leva butô, culinária e o Japão pop para a Paulista

Abril no Centenário da Imigração Japonesa | Agenda | Tokyogaqui leva butô, culinária e o Japão pop para a Paulista

Kunihiko Hataseb/Divulgação
O grupo japonês Yubiwa Hotel

Durante oito semanas, o projeto “Tokyogaqui”, que abre no dia 15 de março, no Sesc Avenida Paulista, traz ao público elementos da tradição, do pop, do consumo e da arte contemporânea japonesas por meio de performances, instalações, danças e debates. A proposta é mostrar diferentes imagens da capital japonesa na cidade São Paulo. Os eventos acontecem em três andares do prédio e vão até o dia 4 de maio.

No espaço “Tradição pop”, no quinto andar do prédio, os visitantes poderão conhecer as culturas tradicional e pop japonesas, suas conexões e distanciamentos. Grupos contemporâneos japoneses, como o Yubiwa Hotel (15, 16, 18 e 19 de março), e artistas brasileiros, como Letícia Sekito (22 e 23 de março) e Elisa Ohtake (29 e 30 de março), mostram seus trabalhos nesse espaço. Ali também haverá exposições de mangás, filmes, games e ikebanas digitais, além de apresentações de teatro nô e kabuki e da dança parapara (ritmo nascido no Japão, que se assemelha ao movimento disco).
O nono andar, batizado de “Ohno 101+Kusuno”, faz homenagem à dança butô, aos 101 anos do mestre Kazuo Ohno e ao coreógrafo Takao Kusuno, introdutor do butô no Brasil. Em um espaço de sombras e chão irregular, que obriga o visitante a caminhar devagar e com atenção, atores brasileiros percorrem o espaço como fantasmas, emergindo da penumbra. Dentre as apresentações, destaque para o espetáculo “Kuu”, de Yoshito Ono (filho de Kazuo) (15 e 16 de março), e “Foi Carmem”, com Emilie Sugai (22 e 23 de março).
Um Bia Gaden (“beer garden”) será montado no último andar do prédio. A idéia é reproduzir os “jardins de cerveja” que os japoneses costumam freqüentar no verão para beber, cantar e se divertir. Ainda no decorrer do projeto “Tokyogaqui”, o andar vai revelar alguns segredos do bairro da Liberdade, como doces de casamento fabricados artesanalmente, esculturas gastronômicas, design de alimentos e embalagens. Tudo para pontuar e ressaltar a importância e o universo da comida japonesa.
Também estão previstos shows com a funkeira japonesa Tigarah e espetáculos da bailarina de kabuki Heidi Durning, mas estes ainda aguardam confirmação.

Serviço:
  • Tokyogaqui
  • 0nde: Unidade Provisória SESC Avenida Paulista
  • endereço: Avenida Paulista, 119 – Estação Brigadeiro – São Paulo
  • quando: De 15 de março a 4 de maio. A bilheteria funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 22h; sábados domingos e feriados, das 10h às 19h
  • quanto: O valor muda de acordo com a apresentação
  • contato:Tel.: (11) 3179-3700