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Treinamento de socorro após terremoto

Jornal Tudo Bem - Treinamento de socorro após terremoto
Treinamento de socorro após terremoto
Ao deparar com vítimas de um grande terremoto, as pessoas precisam estar preparadas para saber quem precisa de socorro
por Claudio Endo, de Shizuoka

28.11.2007

O treinamento serviu para que os participantes tivessem noção de como avaliar a gravidade de um ferido que foi vítima de terremoto

Quando ocorrer um forte terremoto, a prioridade é buscar sua própria segurança. Mas, ao sair ileso de uma tragédia, cada pessoa torna-se importante para ajudar os vizinhos que ficaram feridos. Para que leigos em medicina possam fazer uma triagem das vítimas que precisam ser atendidas com urgência – em meio a uma multidão de pessoas que pedem socorro –, várias entidades se reuniram para fazer um treinamento de auxílio médico em Hamamatsu (Shizuoka), domingo 11.

A ação foi dividida em duas etapas. Pessoas maquiadas com tinta vermelha (como se fosse sangue) e roupas rasgadas começaram a gritar por socorro. Os participantes tiveram que fazer uma triagem das vítimas que precisavam ser socorridas com urgência.

Segundo instrutores, a primeira providência é verificar se a pessoa pode andar – se puder, é preciso indicar que sofreu apenas ferimentos leves e não precisa de atendimento imediato. A prioridade é atender vítimas gravemente feridas.

Providências
Entre as pessoas que estão deitadas e sem possibilidade de locomoção, a primeira providência é verificar se elas estão respirando, ou se sofreram fraturas e hemorragia. Também é importante verificar o batimento cardíaco.

Depois, durante a triagem médica feita por profissionais, as vítimas são obrigadas a pendurar no pescoço um cartão identificado por quatro cores: vermelho (atendimento emergencial), amarelo (atendimento com possibilidade de espera), verde (apenas para observação) e preto (pessoa já morta). Através das cores, a ambulância ou o hospital saberá quem priorizar.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Hamamatsu (Abrah), Marcelo Yoshimura, que assistiu ao treinamento, disse que seria importante a participação de estrangeiros nesse, e em outras atividades promovidas pelas associações de moradores. Segundo ele, os organizadores prometeram convidar brasileiros para fazer parte do treinamento que deve ocorrer no ano que vem.

Prefeitura de Kani lança serviço inédito para brasileiros

A Prefeitura de Kani (Gifu) acaba de lançar um novo serviço para auxiliar a comunidade estrangeira em caso de emergências e desastres naturais, como terremoto e tufão. Há um mês, o município passou a disponibilizar informações em português e inglês pelo e-mail do celular. De acordo com Fumihiko Endou, responsável pela divisão de planejamento comunitário de Kani, o serviço é inédito em todo o Japão.
Para ter acesso as informações é necessário que o usuário faça o cadastro por meio do celular no site (http://www.anshin-bousai.net/kani-p/) ou diretamente pelo barcode (figura abaixo). Todas as instruções estão em português. "No momento, recebemos 77 pedidos de inscrição do serviço em português e sete em inglês. Desde que o serviço foi lançado há cerca de um mês temos recebido uma média de dez inscrições por semana de pessoas interessadas no informativo português", diz o funcionário.
Segundo Endou, o serviço foi criado com o intuito de orientar os estrangeiros em caso de uma emergência que venha ocorrer na cidade. Ele explica que a população japonesa convive com esse tipo de situação há mais tempo e por isso saberia quais atitudes tomar em um momento de pânico. "No caso dos brasileiros, que são em maior quantidade em Kani, percebemos que além da maioria não entender a língua japonesa, poucos tem mostrado interesse em saber de que forma agir e o local que devem se abrigar após um grande terremoto. Com esse serviço pretendemos conscientizar as pessoas sobre a importância do assunto".
As mensagens serão enviadas diretamente da prefeitura para os aparelhos cadastrados no sistema. As informações não serão constantes, "isso poderia gerar um pânico desnecessário nas pessoas", diz Endou. "Apenas em casos de emergência e avisos importantes estaremos enviando a mensagem. E mesmo quando ocorrer um forte terremoto ou tufão, caso os meios de comunicação estiverem bloqueados, esse serviço continuará funcionando normalmente", acrescenta. De acordo com o funcionário, o serviço está disponível para o país inteiro, mas as informações enviadas serão referentes apenas ao município de Kani.
Em agosto do ano passado, a prefeitura de Kani começou a enviar informações sobre avisos de terremoto e tufão em japonês para o celular das pessoas cadastradas no sistema. Segundo Endou, "desde o início a prefeitura tinha interesse de disponibilizar essas notícias em outros idiomas, principalmente em português, já que a cidade abriga o maior número de brasileiros em toda província", declarou.
Atualmente, vivem em Kani cerca de sete mil estrangeiros e os brasileiros representam 70% dessa parcela da população. Para saber o nível de aceitação do serviço entre os estrangeiros, a prefeitura enviou uma enquete para mais de três mil residências de 25 nacionalidades diferentes que estão cadastradas no órgão municipal. "Infelizmente, o retorno foi abaixo do esperado. Em pesquisas feitas anteriormente com famílias japonesas, recebemos até 50% das enquetes enviadas. Nessa pesquisa tivemos um retorno de apenas 5,8%", afirma Endou.
O resultado da pesquisa revelou que 57% dos entrevistados gostariam de obter mais informações sobre cuidados com o terremoto. E assim como os japoneses, os estrangeiros que vivem no Japão também costumam utilizar o e-mail do celular para trocar e receber mensagens. Cerca de 66% das pessoas afirmaram que acessam o e-mail do celular, tanto quanto o correio eletrônico usado no computador. "As perguntas da pesquisa foram direcionadas para sabermos quais as principais dificuldades das pessoas que vivem em Kani e se as mensagens de emergência que a prefeitura enviasse seriam acessadas pelo celular. A partir desse resultado decidimos fornecer o serviço em inglês e português", explica Endou.

Treinamento mostra como agir em caso de calamidades

Exercícios acontecem justamente em um momento de preocupação dos brasileiros com o terremoto de Tokai

do IPC Digital

Com o objetivo de conscientizar a população sobre as conseqüências de um terremoto, foi realizado em Oizumi (Gunma), um treinamento de prevenção contra calamidades naturais. O evento envolveu cerca de 850 pessoas do corpo de bombeiros, polícia, exército e voluntários das associações de bairros da cidade, que se reuniram no último dia 26. Um grupo de 54 brasileiros, entre alunos, pais e professores do Instituto Educacional Gente Miúda, também pôde conhecer os procedimentos adotados em caso de terremoto.

Nas margens do rio Tonegawa, sob forte calor, foram realizados treinamentos de refúgio, demonstrações de primeiros-socorros, extinção de incêndio, salvamento de vítimas em caso de acidentes de trânsito, resgate em helicóptero e confecções de barreiras em caso de inundações. O exército mostrou também como é feita a preparação de comidas instantâneas em caso de catástrofes. O último treinamento desse porte na cidade, envolvendo várias instituições, ocorreu em 2004.

O treinamento foi feito justamente em um momento de preocupação dos brasileiros com o Tokai Jishin. A reportagem veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, deixou muitos preocupados com o forte tremor previsto para ocorrer na região de Tokai, zona que engloba Shizuoka e Aichi, províncias com grande concentração de brasileiros. “Não sabemos quando pode acontecer. Espero que não ocorra tão cedo”, destaca Tânia Assato, 39, também de Oizumi.

Há 15 anos no arquipélago, a brasileira já participou de outros três cursos do tipo e ressalta a importância dessas instruções. “Na hora em que acontece, já sabemos o que fazer. Sempre faço o possível de participar”, garante.

Prevenção é a palavra-chave. Tanto que na casa, Tânia já tem preparado o kit de emergência, com produtos de primeiros-socorros, medicamentos, comida e água. “Terremoto ainda é algo que tenho medo e assusta bastante, pois não sabemos como pode ser”.