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Banco Nossa Caixa patrocina série de documentários sobre a história da imigração japonesa no Brasil

Filmes mostram a trajetória dos imigrantes no país - da chegada, a bordo do navio Kassato Maru, no porto de Santos, às dificuldades iniciais e à integração com a cultura brasileira
O Banco Nossa Caixa patrocina a série de documentários “Histórias da Imigração Japonesa”, dirigida por Chico Guariba e produzida pela ONG Ecofalante – entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo trabalhar temas voltados à educação, cultura e meio ambiente. O projeto é composto por cinco filmes produzidos para TV e DVD com duração de 24 minutos cada. O lançamento do primeiro deles está previsto para julho. Os demais serão lançados nos meses subseqüentes. Os documentários fazem parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil e marcam o apoio do Banco Nossa Caixa à celebração da data histórica.
A Nossa Caixa investiu R$ 200 mil na iniciativa com respaldo da Lei Rouanet. “Por meio de projetos como esses, o Banco Nossa Caixa homenageia a colônia japonesa, cuja importância é indiscutível no desenvolvimento econômico, social e cultural do estado de São Paulo”, afirma o presidente do banco, Milton Luiz de Melo Santos.
Os filmes apresentam depoimentos de imigrantes e seus descendentes. Os relatos são acompanhados de fotos, vídeos e documentos. Os temas abordados são:
  • “Ser imigrante”
  • “Os imigrantes no campo”
  • “Os imigrantes nas cidades”
  • “As trocas culturais entre Brasil e Japão”
  • “Caminhos futuros”
As dificuldades iniciais em trabalhar em um país com idioma e clima muito diferentes do Japão e outras características culturais muito distintas – a arquitetura, os casamentos, a educação dos filhos, a culinária, as atividades artísticas e esportivas e as inúmeras contribuições à cultura brasileira - são alguns dos aspectos abordados nos filmes.
A produção dos documentários conta com apoio da Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social - e da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.

Participação do público
O público poderá contribuir com a série de documentários patrocinada pelo Banco Nossa Caixa com depoimentos, fotos, vídeos ou documentos relacionados à história da imigração japonesa no Brasil. Para tanto, os interessados deverão preencher até o final de março um formulário, disponível no site www.nossacaixa.com.br. As contribuições serão encaminhadas para análise do documentarista Chico Guariba, da Ecofalante, e as selecionadas serão informadas aos destinatários por telefonema. Aqueles que participarem da produção terão seus nomes creditados nos documentários.

Japoneses no Vale do Ribeira e Sudoeste paulista
A série “Histórias da Imigração Japonesa” foi idealizada a partir do documentário “Os japoneses no Vale do Ribeira e Sudoeste Paulista”, dirigido e produzido no início de 2007 por Chico Guariba e patrocinado pelo Banco Nossa Caixa. O trabalho foi distribuído em julho de 2007 às diretorias de ensino do estado de São Paulo para exibição em escolas públicas estaduais.
O documentário conta a história de um grupo de imigrantes japoneses que, após desembarcar no porto de Santos em 1808, usou trens e pequenas embarcações fluviais para chegar à região do Vale do Ribeira – área isolada e marcada pela intensa presença de mata virgem. No Vale do Ribeira, os imigrantes iniciaram o cultivo do arroz, da banana e do chá.
Muitos imigrantes pretendiam enriquecer no Brasil e, depois, voltar ao país de origem, exatamente como os atuais "dekasseguis", seus descendentes, que hoje fazem o caminho inverso. Com a Segunda Guerra Mundial (1947), os imigrantes abandonaram a idéia de voltar ao Japão e adotaram o Brasil como pátria.

Outras homenagens
Além de patrocinar a série de documentários, o Banco Nossa Caixa apóia também outras iniciativas em homenagem à colônia japonesa. Entre 10 de dezembro e 11 de janeiro, o banco promoveu a exposição “Japão – um perto distante”, no Espaço Nossa Caixa Arte e Cultura. A mostra foi uma das primeiras atividades promovidas na cidade de São Paulo em comemoração ao centenário da imigração japonesa. Foram expostas 17 obras de 13 jovens artistas que abordaram o Japão a partir de um olhar ocidental registrado em fotografias, xilogravuras, impressões digitais, lápis de cor, grafite, estêncil e cerâmicas. Os trabalhos expressam elementos da cultura japonesa pop, contemporânea e tradicional.
Outro projeto apoiado pelo banco, por meio da Lei Rouanet, é a criação do Museu de Arte Moderna Nipo-Brasileira Manabu Mabe, que ocupará o espaço do antigo Colégio Campos Sales, localizado na Liberdade. A inauguração deve ocorrer ainda este ano. O espaço está sendo restaurado para abrigar um acervo considerado por especialistas como um dos mais representativos da arte moderna nipo-brasileira, com obras de artistas como Handa, Tamaki, Tanaka, Susuki, Higaki, Fukushima, Ohtake, Shiró e Manabu Mabe, pintor japonês naturalizado brasileiro, reconhecido mundialmente por seus quadros abstracionistas de cores vivas e grandes dimensões.

Maiores informações:
  • Assessoria de Imprensa Banco Nossa Caixa
  • Rua XV de Novembro, 111 – 5º andar.
  • São Paulo – SP / CEP – 01013-001
  • Telefones: 11 3244 6246 / 6248 / 6381 - Fax: 11 3244 6624
  • E-mail: imprensa@nossacaixa.com.br
  • Website:www.nossacaixa.com.br

Por que meus avós migraram

A propósito da estréia de Haru e Natsu na Band, relembrei os motivos que fizeram meus avós migrarem para o Brasil.
Batian veio para cá contra a vontade de sua mãe (já viúva) numa imposição do irmão mais velho, porque a companhia de imigração que os trouxe exigia que fosse uma família composta de "um casal mais um adulto". Consta que era a única filha mulher e que a mãe sentiu imensamente sua falta. A melhor amiga era esta prima com quem trocou cartas a vida toda e cujo filho ainda se corresponde conosco e atenciosamente recebeu a todos quiseram conhecer a propriedade onde Batian nasceu em Niigata - e que ele herdou.
O Ditian veio a convite do "sensei" (professor), que queria vir com a esposa e precisava deste "adulto" a mais. Aqui o sensei se entregou à bebida (dizem que por desgosto) e Ditian se viu sozinho e sem condições de retornar. Meu tio Massao contava que meu Hiditian (bisavô) era contra a viagem, mas não conseguiu dissuadir o filho e na viagem de trem até Kobe, porto do qual partiria com o sensei, deu-lhe um relógio caro de ouro, que meu Ditian poderia vender para retornar quando quisesse. A viagem era um sonho do menino de 14 anos, o desejo de fazer fortuna e ajudar o pai que perdera seus negócios de importação de madeira da Coréia (Fukuoka fica perto da Coréia) e era um viúvo solitário. Sem conseguir fazer a fortuna prometida e tendo seu relógio de ouro roubado pelo sensei, Ditian decidiu ficar em definitivo no Brasil e cortou
contato com os familiares no Japão.
E a história de sua familia, qual é?

Reportagem portuguesa sobre a imigração japonesa em São Paulo

É interessante notar como somos vistos no exterior. Esta matéria portuguesa sobre a imigração me pareceu muito interessante:
Brasil: Imigração transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão - RTP Notícias

Brasil: Imigração transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão

São Paulo, Brasil, 22 Fev (Lusa) - A imigração japonesa para o Brasil, cujo centenário é assinalado este ano com uma extensa programação comemorativa, transformou São Paulo na mais japonesa das cidades fora do Japão.

Estimativas mostram que há cerca de um milhão de japoneses e seus descendentes na cidade, o que faz com que pelo menos um entre cada dez moradores de São Paulo tenha traços orientais.

A presença japonesa estende-se desde a gastronomia, com dezenas de restaurantes especializados, regiões da cidade especialmente decoradas com símbolos orientais até os media, com jornais publicados em japonês.

Descendente de japoneses, a realizadora brasileira Tizuka Yamasaki salienta que a presença japonesa é tão marcante que chega a fazer parte da paisagem humana da maior cidade brasileira.

"Tem uma comunidade bastante forte, você vê japoneses na rua, faz parte do quotidiano do paulistano", disse Yamasaki, autora de "Gaijin - Os Caminhos da Liberdade" (1980), filme inspirado na imigração de sua própria família.

A região com mais forte influência japonesa é o bairro da Liberdade, na zona central da cidade, com a maior concentração de oferta de iguarias e produtos japoneses.

No início, os primeiros imigrantes escolheram a Liberdade porque quase todas as casas da região tinham caves, e o aluguer de quartos no subsolo era barato.

Actualmente, as ruas da Liberdade, com uma decoração tipicamente oriental, são referência para os descendentes, local de encontro, de manifestações e de feiras livres, com iguarias japonesas.

Na região, é possível adquirir jornais em japonês, como o tradicional São Paulo Shimbum, criado em Outubro de 1946 por imigrantes japoneses.

O início da imigração japonesa ao Brasil decorreu no dia 28 de Abril de 1908, quando o navio Kasado-Maru deixou o porto de Kobe em direcção à cidade de Santos, no litoral do Estado de São Paulo, com 791 japoneses.

Os primeiros imigrantes foram contratados como mão de obra barata para trabalhar nas plantações de café do interior do Estado de São Paulo, depois do fim da escravidão de negros, no final do século XIX.

Após seis meses nas lavouras de café, mais da metade dos imigrantes deixou as propriedades rurais e mudou-se para a capital São Paulo e para outros estados brasileiros, como Paraná e Mato Grosso.

A imigração continuou até ao início da II Guerra Mundial (1939-1945), período em que os japoneses foram vistos com desconfiança no Brasil.

Na época, o Brasil rompeu relações diplomáticas, declarou guerra aos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão), e enviou tropas para integrar as forças aliadas na Europa.

Nessa época, os imigrantes sofreram uma série de restrições, com o fecho de escolas, a proibição de jornais em japonês, situação que foi normalizada com a rendição do Japão, em 1945.

Com a derrota na II Guerra, o fluxo migratório foi retomado, dessa vez com a chegada de japoneses para trabalhar nas indústrias.

Na década de 80, com a crise económica brasileira, muitos descendentes de japoneses fizeram o caminho inverso, em busca de melhores oportunidades de vida.

São os chamados dekasseguis, num total de cerca de 300.000, espalhados por várias cidades japonesas e responsáveis actualmente pelo envio de cerca de 600 milhões de dólares por ano.

As celebrações do centenário da imigração incluem mais de 400 eventos, nos dois países, como exposições, festivais de cinema, concertos e seminários, no "Ano do Intercâmbio Brasil-Japão".

O ponto alto das celebrações será a visita do príncipe Naruhito, herdeiro do trono do Japão, no dia 21 de Junho, ao Brasil.

Em São Paulo, a artista plástica Tomie Ohtake, um dos mais importantes nomes da cultura japonesa, no Brasil, criou uma escultura em aço de nove metros de diâmetro, em formato de ondas vermelhas, para assinalar o centenário.

A obra será instalada nos jardins do aeroporto internacional de São Paulo, que passou a ser no lugar do Porto de Santos, no século passado, o local de entrada dos novos visitantes e imigrantes japoneses.

Na área desportiva, um dos principais destaques dentre os descendentes japoneses é o jogador de ping-pong Hugo Hoyama, recordista brasileiro de medalhas em Jogos Pan-Americanos, com 14 medalhas.

Grupo de Teatro de Bonecos Yukiza no Sesc

Li no blog Identidade Própria sobre esta homenagem de Teatro no Sesc e posto abaixo o texto da produtora Francys Oliva.


JAPÃO-BRASIL 100 ANOS Teatro de Bonecos - Yukiza
SESC Consolação - Dia(s) 27/02, 28/02
Quarta, às 17 e 21h. Quinta, às 21h.


O teatro de bonecos de Edo, grupo Yukiza, foi fundado por Yuki Magosaburo, durante a era Edo, em 1635 e sua história vem se estendendo por mais de 370 anos. Yukiza é o único grupo de teatro de marionetes de tradição no Japão designado Patrimônio Cultural Intangível do Governo Metropolitano de Tóquio e reconhecido como Patrimônio Folclórico Cultural. Espetáculos: Shinpan Utazaimon Nozakimura no Dan (A vila Nozaki) (60min) e Tsuna-Yakata (casa de Tsuna) (30 min).

História da Imigração Japonesa em mangá

Um recado no meu perfil do site Abril no Centenário da Imigração me levou ao site Imigração Japonesa. Muito interessante, com informações de interesse da comunidade. Uma delas me chamou atenção de imediato:
Lançamento de livro com história da Imgiração Japonesa em mangá. Infelizmente o site não está bem atualizado, a nota que divulgo abaixo diz que o lançamento seria em novembro de 2007 e na página inicial do site está 19/03/2008. Farei contato para me certificar e depois faço update aqui.

O movimento imigratório de japoneses para o Brasil começou em 1908, com a chegada ao Porto de Santos do navio Kasato Maru. De Santos até a hospedaria dos imigrantes, no Brás, o transporte dos imigrantes foi feito de trem. Depois de alguns dias, os imigrantes, divididos em grupos, foram levados para as fazendas de café.
Com a comida totalmente diferente, sem entender o idioma, e principalmente, sem ganhar o que esperavam, os imigrantes passaram por muitas dificuldades. Alguns fugiram das fazendas sem condições de cumprirem os contratos e se dirigiram para as grandes cidades. Depois chegou a Segunda Guerra Mundial, e a situação ficou ainda mais difícil pelas leis restritivas adotadas pelo Brasil.
Para contar essa história de luta e perseverança, que também é uma parte da história do Brasil, está em edição o livro “Banzai – A História da Imigração Japonesa em Manga”.
A publicação, que é uma iniciativa da Associação Cultural e Esportiva Saúde, faz parte das atividades comemorativas do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, e conta com o apoio da Fundação Kunito Miyasaka. Coordenado e preparado pelo jornalista Francisco Noriyuki Sato, também autor de História do Japão em Mangá, o trabalho foi revisado por uma equipe liderada pelo professor da USP, dr. Masato Ninomiya.
O veterano desenhista Julio Shimamoto cuidou dos desenhos. O interessante é
que todos os envolvidos têm forte ligação com a história que foi escrita e viveram parte de suas vidas na comunidade japonesa de alguma região do País. “Essas experiências pessoais enriqueceram muito a história, principalmente nos
detalhes”, conta Sato. O livro, que contou ainda com o auxílio de outro veterano, Paulo Fukue, e do carioca Adauto Silva, deverá ser lançado em novembro
deste ano.

Escolas Municipais irão abordar história da imigração japonesa

Mais uma vez Indaiatuba valorizando a cultura dos imigrantes japoneses:


Escolas Municipais irão abordar história da imigração japonesa
Alunos das escolas municipais
de Indaiatuba pegam este ano, uma “carona” no
Kasato Maru, navio que
desembarcou
em Santos, em 1808, trazendo para o
Brasil os primeiros
imigrantes japoneses
Foto: Reprodução

Alunos das escolas municipais de Indaiatuba pegam este ano, uma “carona” no Kasato Maru, navio que desembarcou em Santos, em 1808, trazendo para
o Brasil os primeiros imigrantes japoneses. As Unidades Escolares se preparam para abordar o assunto, que transformou a vida de milhares de japneses, mas que também mudou para sempre hábitos culturais brasileiros, como a culinária, os
esportes e até a religião.

Para dar início a este processo de aprendizagem, a secretária de Educação, Jane Shirley Escodro Ferretti recebeu em seu gabinete na última semana o escritor Neir Ilelis, autor do livro “Arroz e Café – O Menino Japonês”. Neir visitou a sede da secretaria de Educação acompanhado do presidente da Associação Cultural, Esportiva Nipo-Brasileira de Indaiatuba, Edson Yoshitsugui Miyamoto e do diretor de Projetos Institucionais
da Ilelis Editora, Lafayette Guedez.
O livro, escrito em português e japonês, e ilustrado em forma de mangá por Açunciara Aizawa Silva, conta a história de Shigueo, um menino do Japão que, aos 12 anos, atravessa o oceano com a família, rumo a um país totalmente desconhecido: o Brasil.

A obra, garante Neir, não foi escrita pensando nas comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, mas acabou ganhando o selo “1908-2008: 100 Anos da Imigração Japão Brasil”. “O livro é uma ficção e foi baseado nos relatos que um amigo me fez sobre a vinda do Kasato Maru para o Brasil. Quando terminei, no entanto, descobri que esta também é a história de muitos imigrantes japoneses e assim percebi a amplitude do relato”, conta o autor.
No livro, a vida de Shigueo é relatada em três partes. A primeira conta a história do garoto e sua família, trabalhando na colheita de arroz, no Japão. A segunda parte do livro fala da vinda da família para o Brasil; a travessia do oceano rumo a um país totalmente desconhecido, e as expectativas de um menino repleto de sonhos. A terceira e última parte fala da chegada de Shigueo ao Brasil; do que a família encontrou por aqui, da adaptação a um país tão culturalmente diferente do Japão e da colheita do café.
“O livro será utilizado em sala de aula como parte dos estudos sobre a imigração japonesa, o que poderá ser explorado nas aulas de Língua Portuguesa ou mesmo através de alguns dos nossos projetos, como o Ler Faz Bem. Porém, pretendemos abordar o centenário em seus diversos aspectos e em várias disciplinas”, lembra Jane.

Haicai
Cada capítulo de “Arroz e Café – O Menino Japonês” é aberto por um Haicai, pequeno poema japonês, escrito em três versos, dois com cinco sílabas e um (o do meio) com 7 sílabas, totalizando 17 sílabas. No Haicai clássico, os versos simbolizam ações da natureza e são uma sequência de fatos.
No primeiro, o haicaista dá a cena geral; no segundo algo acontece (a onda quebra, a flor desabrocha, a mulher sorri); e o terceiro verso mostra o sabor desta experiência para o autor. No Japão, há haicais que datam do século 15, mas a poesia se espalhou por todo o mundo. Os inciciantes podem construí-lo sem tanto rigor silábico e certamente, o assunto será um dos aspectos abordados pelos alunos da rede municipal de ensino.
E assunto é o que não vai faltar em sala de aula. Além do que relata os próprias páginas dos livros de História, a aproximação Brasil-Japão rendeu muitos frutos. Até de forma literal. No Kasato Maru, por exemplo, os japoneses trouxeram 50 tipos diferentes de alimentos; entre eles a maçã Fuji, a uva-itália e a poncã. Depois,
eles incrementaram a produção do que já existia aqui e assim cultivaram como ninguém produtos como alface, tomate, chá preto e, claro, frangos e ovos.
As tradições, incluíram ainda a religião -- o budismo – e hábitos, como
a meditação e os esportes. Mangás e bonecas japonesas também fazem a festa de
crianças e adolescentes brasileiros e tudo parece não parar no tempo, já que até
hoje brasileiros e japoneses adotam os hábitos um do outro.
Um exemplo é a proliferação dos restaurantes japoneses, frequentados por muitos
brasileirinhos, com seus sushis e sashimis. Tudo sem contar o impressionante
avanço tecnológico do povo japonês, que inventou o metrô e mais uma centena de
produtos que tornaram o mundo bem mais rápido.
Enfim, há assunto para o ano inteiro, reforçado por um dado específico: a forte presença da colônia japonesa em Indaiatuba. “Comemorar o Centenário da Imigração Japonesa será um prazer e uma honra para toda a nossa equipe. Já os alunos recebem isso como um aprendizado para toda a vida, já que vivenciam muitos dos aspectos culturais dos japoneses no dia a dia. Mas nada como saber como esta cultura chegou até os nossos dias, por quais mãos e como sobreviveu através dos tempos”, lembra Edson, presidente da Nipo.

Tikara e Keika, Hiro e Neusinha


Pouca gente sabe, mas um dos primeiros personagens do Maurício de Souza foi o nissei Hiro, amigo do Zé da Roça. No site da turminha, Maurício conta que "Como personagem de história em quadrinhos, surgiu até mesmo antes do Chico. Em tiras diárias no jornal "Diário de São Paulo", no início da década de 60. Seu companheiro de tira de jornal, antes de surgir o Chico, foi o nissei (filho de japonês) Hiroshi, que teve o nome simplificado para Hiro. A tira se chamava "Hiroshi e Zezinho". E foi ali que apareceu o Chico. Os mesmos "Hiroshi e Zezinho"(que é o Zé da Roça) também foram publicados em páginas mensais pela revista "Coopercotia", na década de 60."
Depois veio o amigo preguiçoso Chico Bento, que acabou tomando conta da turma da roça. Na época o japonês brasileiro era inevitavelmente associado à agricultura ou, se na cidade, à quitanda ou lavanderia. Pois Maurício agora presta uma nova homenagem aos japoneses brasileiros com os personagens Tikara e Keika. Os nomes são estranhos porque não são nomes próprios.
Em uma cerimônia em Brasília, em janeiro,
na abertura oficial do Ano do Intercâmbio Brasil - Japão, Mauricio apresentara o mascote Tikara ao público, definindo-o como o personagem que representará os 100 Anos da Imigração Japonesa no Brasil. Tikara foi criado especialmente para o aniversário da imigração japonesa e, para criá-lo, Mauricio disse que contou com a ajuda de sua mulher, Alice Takeda, descendente de japoneses.
E hoje divulgaram a imagem e o nome da versão feminina do mascote, Keika. Maurício foi incumbido de criar personagens que representassem a cultura milenar do Japão e que, ao mesmo tempo, mostrassem a modernidade do país oriental. Os personagens criados por ele também não ganharam seus nomes por acaso: na língua japonesa, Tikara representa "força e coragem" e Keika significa "bravura, pureza e honestidade".
Ambos estarão nos cartazes e materiais de divulgação do centenário, organizados pela ACCIJB (Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil) de São Paulo. As comemorações começam oficialmente em 18 de junho, dia em que o navio Kasato Maru chegou ao porto de Santos com os primeiros imigrantes, em 1908.
Além da divulgação, os personagens Tikara e Keika têm ainda mais planos para junho: deverão aparecer nas histórias em quadrinhos da Turma da Mônica.
P.S. Para não ser injusta: havia outra japonesinha nos quadrinhos da minha infância. Era Neusinha, namorada do Pelézinho. Lembram dela? Alexandre Sakai contou a história deles aqui.

Minhas imagens do Japão e Balanço são lançamentos de livros infantis

A Cosac Naify tem também dois lançamentos infantis que retratam a cultura japonesa:

Minhas imagens do Japão

No ano das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, Minhas imagens do Japão é um guia ilustrado do dia-a-dia de uma criança que vive do outro lado do mundo. Quem nos leva por esta viagem é Yumi, uma simpática garotinha de sete anos que mora nos arredores de Tóquio. Em sua casa, a anfitriã nos mostra seu quarto, a cozinha e as delícias que a mãe prepara, o banheiro e sua forma diferente de tomar banho. Depois conhecemos a rotina na escola, onde os alunos ajudam a colocar a mesa para o almoço, limpam a classe, o pátio e os corredores. E, na cidade, há ainda os banhos públicos, os centros comerciais e as grandes lojas. Por fim, Yumi revela tudo sobre datas comemorativas, como a festa dos meninos, a festa das crianças, o tanabata e o undokai. As ilustrações, em cores vivas, lembram um álbum, com detalhes dos pratos, vestimentas, acessórios e materiais escolares. Duas páginas são reservadas às diferentes formas de escrita e trazem alguns exemplos de kanji (ideogramas que representam palavras), além de um quadro com o alfabeto em hiragana (ideogramas que representam sílabas). Yumi ensina ainda a fazer em origami um chapéu de samurai, um vestido de boneca, guirlandas e um lampião. Boa maneira de familiarizar as crianças com a diversidade, um livro leve, que diverte, instrui e instiga a viajar pelo mundo, sem sair de casa.

Serviço:

  • Minhas imagens do Japão
  • Etsuko Watanabe (texto e ilustrações)
  • Tradução: Cássia Silveira
  • Quarta-capa: Jo Takahashi
  • Capa dura
  • 40 páginas; Ilustrado ilustrações;
  • 21,5 x 22,5 cm; 0,2 kg;
  • ISBN 978-85-7503-683-9
  • Publicação: 2008
E o livro bilíngue, que tem patrocínio do Instituto Tomie Otake.

Balanço

Brincando em um balanço no parque, um garoto observa o anoitecer e declama uma leve poesia sobre a noite que se aproxima. "Como um pêndulo azul azul", acompanhamos o assobio da brisa, o mergulho nas nuvens, as estrelas solitárias, o perfume do vento, as pegadas deixadas no céu. A edição bilíngüe (português e japonês) vem com um projeto gráfico diferenciado: tecido na capa, clichê no miolo, papel especial. O poema sobre a contemplação do tempo, na mais delicada linguagem oriental, tem leitura vertical. A disposição e a perspectiva aérea das ilustrações contribuem para a sensação de o leitor mover-se junto com o garoto sobre o balanço. Uma viagem pelo infinito, pra lá e pra cá...

Serviço:
  • Balanço
  • Keiko Maeo
  • Tradução: Diogo Kaupatez
  • Edição bilíngue português/japonês
  • Capa dura em tecido
  • 40 páginas; 20 ilustrações;
  • 16,5 x 25,5 cm; 0,32 kg;
  • ISBN 978-85-7503-660-0
  • Publicação: nov. 2007
No site da Editora há uma entrevista com a autora Keiko Maeo, concedida à Giovana Pastore e Lívia Deorsola, com tradução de Dirce Miyamura.
"Balançar-se sempre foi, para Keiko Maeo, brincadeira infantil preferida, guardada em sua memória afetiva. Tanto que deu origem a Balanço, livro publicado no Japão em 2001 que recria de maneira sensorial o movimento pendular, numa alusão à passagem do tempo.
A experiência proposta pelo livro - o primeiro da escritora e artista plástica japonesa a ser publicado no Brasil, em edição bilíngüe português-japonês -, foi possível a partir do projeto gráfico altamente elaborado, cuja perspectiva das ilustrações leva o leitor a mover-se junto com o personagem.
Keiko revela, na entrevista a seguir, detalhes do processo de criação do texto poético e das técnicas de ilustração, e comenta a relação que estabelece com a efemeridade do tempo e toda sua expressão em azul. "Penso na criação dos livros envolvendo um ritmo repetitivo", diz a autora.

O anticinema de Yasujiro Ozu


Estou fazendo um levantamento de obras publicadas em português que retratem o Japão ou a imigração japonesa. É minha contribuição para o Centenário da Imigração.
Encontrei este livro sobre o cineasta Yasujiro Ozu no site da editora Cosac Naify, umas das minhas favoritas, pela qualidade indiscutível de todos os títulos. Posto abaixo a resenha do site da editora, pois não li o livro para poder dar uma opinião pessoal.
Edição comemorativa do centenário de um dos maiores cineastas japoneses traduzida diretamente do japonês. Este ensaio, de autoria do também diretor de cinema Kiju Yoshida (Eros + Massacre, 1969), penetra o universo fascinante de Ozu, considerado ao mesmo tempo o mais japonês dos diretores e o de linguagem mais universal. Pela primeira vez sua obra é analisada por alguém que trabalhou atrás dos megafones de direção. O diretor Yoshida emprega conceitos caros ao mestre de Bom dia (1959), emprestados da filosofia zen-budista.
Primeira edição do livro fora do Japão, traduzida diretamente do japonês pelo Centro de Estudos Japoneses da Universidade de São Paulo, inclui as filmografias de Ozu e Yoshida.
A versão francesa do livro, surgida em 2004 (co-edição Institut Lumiere/Actes Sud/Arté Edition) recebeu o Prêmio Anual da Crítica, oferecido pelo prestigioso Sindicato Francês de Críticos de Cinema.
Co-edição: Mostra Internacional de Cinema em São Paulo"


Serviço:

  • O anticinema de Yasujiro Ozu
  • Kiju Yoshida
  • Tradução: Centro de Estudos Japoneses da Universidade de São Paulo
  • Brochura
  • 312 páginas; 12 ilustrações;
  • 13,5 x 20 cm; 0,37 kg;
  • ISBN 85-7503-266-6
  • Publicação: nov. 2003

Biografia de Ozu no wikipedia:

Yasujiro Ozu (Ozu Yasujirō) (Tóquio, 12 de Dezembro de 1903 - Kamakma, 12 de Dezembro de 1963) foi um influente realizador de cinema Japonês.

Nasceu em Fukagawa, em Tóquio, filho de um comerciante de adubo, e foi educado num colégio interno em Matsusaka, não tendo sido um aluno particularmente bem sucedido. Desde cedo se interessa pelo cinema e aproveita o tempo para ver o máximo de filmes que podia. Trabalhou por um breve período como professor, antes de voltar para Tóquio em 1923, onde se juntou à Companhia cinematográfica Shochiku. Trabalhou, inicialmente, como assistente de fotografia e de realização. Três anos depois, dirigiu o seu primeiro filme, Zange no yaiba (A espada da penitência), um filme histórico, em 1927. Os cinéfilos em geral indicam como primeiro filme importante Rakudai wa shita keredo (Reprovei, mas... - tradução do título em inglês), de 1930. Realizou mais 53 filmes - 26 dos quais nos seus primeiros cinco anos como realizador e todos, menos 3, para os estúdios Shochiku.

Em Julho de 1937, numa altura em que os estúdios demonstravam algum descontentamento com o insucesso comercial dos filmes de Ozu, apesar dos louvores e prémios com que a crítica o celebrava, é recrutado com 34 anos e servirá como cabo de infantaria, na China, durante dois anos. A sua experiência militar leva-o a escrever um extenso diário onde se inspirará mais tarde para escrever guiões cinematográficos. O primeiro filme realizado por Ozu ao regressar, Toda-ke no Kyodai (Os irmãos da família "Toda" - tradução do título em inglês, 1941), foi um sucesso de bilheteira e de crítica. Em 1943 foi, de novo, alistado no exército para realizar um filme de propaganda em Burma. Em vez disso, porém, foi enviado para Singapura onde passou grande parte do seu tempo a ver filmes norte-americanos confiscados pelo exército. De acordo com Donald Richie, o filme preferido de Ozu era a obra-prima de Orson Welles', Citizen Kane.

Ozu começou por realizar comédias, originais no seu estilo, antes de se dedicar a obras com maiores preocupações sociais na década de 1930, principalmente ao focar dramas familiares (gênero próprio do cinema japonês, chamado "Gendai-Geki"). Outros temas caros ao mestre japonês são a velhice, o conflito entre gerações, a nostalgia, a solidão e inevitabilidade da decadência, como se verifica, de imediato, nos títulos dos seus filmes que evocam o passar do tempo: é frequente que os seus filmes terminem num local ou numa situação directamente ligada com o início, acentuando o carácter temporal "circular" (como as estações do ano ou a alternância das marés) destas obras.

Trabalhou frequentemente com o argumentista (guionista) Kogo Noda; entre outros colaboradores regulares contam-se o director de fotografia Yuharu Atsuta e os actores Chishu Ryu e Setsuko Hara. Os seus filmes começaram a ter uma recepção mais favorável a partir do final da década de 1940, com filmes como Banshun (Portugal: Primavera tardia; Brasil: Pai e filha, 1949), Tokyo monogatari (Portugal: Viagem a Tóquio, Brasil: Era uma vez em Tóquio, 1953), considerado a sua obra prima, e Ochazuke no Aji (Portugal: O gosto do saké, 1952), Soshun (Portugal: Primavera prematura, 1956), Ukigusa (Ervas flutuantes, 1959) e Akibiyori (Dia de Outono, 1960). O seu último filme foi Sanma no aji (BrasilA rotina tem seu encanto, 1962). Morreu de cancro no seu 60º aniversário e foi sepultado no templo de Engaku-ji em Kamakura.

Enquanto realizador era considerado excêntrico e declaradamente perfeccionista. É muitas vezes referido como o "mais japonês dos realizadores de cinema", o que não foi favorável para a sua divulgação no estrangeiro - só tardiamente se começou a mostrar a sua obra no ocidente, a partir da década de 1960. Foi relutante a aceitar a revolução do cinema sonoro - o seu primeiro filme com som foi Hitori musuko ("Filho único"). O seu primeiro filme a cores foi também tardio: Higanbana (Flores do equinócio), em 1958. Destaca-se, no seu estilo, um género de plano, filmado a baixa altura, com o operador de câmara de cócoras, o que provoca um determinado efeito de identificação do espectador com o ponto de vista da câmara. Defendia insistentemente os planos estáticos, sem movimento da câmara e composições meticulosamente definidas que não permitiam aos actores dominarem individualmente a cena. É também sua imagem de marca a frontalidade do plano (falsos raccords): num campo-contracampo, por exemplo, quando vemos alternadamente uma pessoa a falar com outra, é dada a impressão que o actor se dirige ao espectador e não à personagem do filme.

A influência de Ozu no cinema oriental é indubitável: Akira Kurosawa e Kenji Mizoguchi, que despertaram primeiramente a curiosidade cinéfila europeia em relação ao cinema japonês são, de certa forma, tributários do seu estilo. Verifica-se que muitos cineastas ocidentais tomaram Ozu como mestre. Wim Wenders filmou "Tokyo-Ga", um documentário sobre Ozu. Jim Jarmusch e Hal Hartley seguem de perto os seus ensinamentos, nos Estados Unidos da América. Em Portugal, João Botelho inspirou-se no seu filme "Viagem a Tóquio" para realizar "Um adeus português".

Exposição sobre Imigração Japonesa em Indaiatuba


Acabo de ler esta notícia no Portal Novidade - Informação e Bons Negócios de Indaiuba, interior de São Paulo. Lembrou-me a blogueira nikkei Luma Kimura, que mora lá.
Tenho amigos nikkeis que moram em Indaiatuba e igualmente parentes de amigos que optaram por ir para aquela cidade, que é nova e foi considerada uma das melhores para se viver. O tamanho médio (174.000 habitantes segundo dados de 2007), situa-se a apenas 90 km da capital paulista e 25 km de Campinas! Mas a proximidade com o Aeroporto Internacional de Viracopos (só 10 km) e a boa infra-estrutura e bons indicadores de qualidade de vida é que tem levado muita gente a optar por esta cidade para viver.
A imigração faz parte da história da cidade, como no geral nas cidades do interior paulista, seguindo a tradição de suas etnias, dedicando-se à agricultura, comércio, oficinas e manufaturas. A partir do final do século XIX Indaiatuba recebeu muitos imigrantes da Suíça, Alemanha, Itália, Espanha e, já no século XX, imigrantes do Japão. Segundo a wikipedia, "com sua economia dividida entre a cultura de café e batata e algumas pequenas fábricas, a cidade cresceu pouco na primeira metade do século XX. Em 1950 havia 11.253 habitantes no município. Em 1964 eram 22.928. A partir daí o crescimento acelerou-se, baseado principalmente na expansão da indústria e de serviços. Em 1991 o censo registrou 92.700 habitantes, número que em 2000 saltou para 146.829, e continua crescendo."
Entrei no site do Museu do Casarão Pau Preto e me surpreendi ao ver como a história do lugar é ligada à comunidade nikkei! As imagens que ilustram este post são de lá e mostram como o espaço foi evoluindo até chegar ao museu atual, das festas da Colônia Japonesa de Indaiatuba, nas imagens sempre com a tulha de café e a caixa d'água da fazenda Pau Preto ao fundo.
Abaixo a nota sobre a exposição em homenagem à imigração japonesa:
Centenário da imigração japonesa é tema de exposição

O ano de 2008 marca o centenário da imigração japonesa ao Brasil. Foi em 18 de junho de 1908 que o navio Kasato Maru atracou em Santos, trazendo 781 pessoas. Um pouco da cultura desta nação pode ser conferida no Museu do Casarão Pau Preto, até o mês de junho. A iniciativa é da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba e faz parte dos eventos comemorativos dos 100 anos da Imigração Japonesa, promovidos pela Prefeitura de Indaiatuba. “Demonstrar, ao menos um pouco, o quanto esta colônia fez por esta terra é a nossa proposta. Ao longo deste ano, estão programados diversos eventos alusivos ao centenário da imigração japonesa”, enfatiza o prefeito de Indaiatuba e presidente do Con-selho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CD-RMC), José Onério da Silva.

Segundo o superintendente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, Marcelo Alves Cerdan, a mostra foi montada a partir de uma parte do acervo do Museu, que representa a cultura japonesa na cida-de de Indaiatuba. “Temos poucos itens em nosso acervo, porém os painéis contêm informações muito importantes e significativas sobre a saga desses imigrantes”, completa o superintendente.

Serviço:
O Museu do Casarão Pau Preto
Rua Pedro Gonçalves, 477, Jd. Pau Preto
tel.: 19 3875-8383
Horário de visitação: todos os dias das 9h às 21h.

O cinema de Yoji Yamada em cartaz no Centro Cultural São Paulo

Recebi agora newsletter do site Abril no Centenário da Imigração Japonesa e uma das notícias era a dica cultural dos filmes de Yoji Yamada no Centro Cultural São Paulo, um dos meus lugares favoritos na cidade e que fica pertinho da Liberdade.

Segue texto de divulgação:

O cinema de Yoji Yamada em cartaz no Centro Cultural São Paulo
Divulgação
Cena do Filme "O Resgate de Tora-san

O Centro Cultural São Paulo promove, de 12 a 17 de fevereiro, uma mostra com diversos filmes do diretor japonês Yoji Yamada. Veterano do cinema nipônico – em seu currículo constam mais de 100 obras, nas quais assina direções e roteiros –, Yamada é famoso por sua série de filmes “Otoko wa tsurai yo” ["É duro ser homem", em tradução livre], que terá dois episódios exibidos em São Paulo.

“Otoko wa tsurai yo” começou como uma série de TV e se transformou em longa-metragem em 1969, com o ator Kiyoshi Atsumi no papel de protagonista. Conta a história de Torajiro Kuruma (o Tora-san), um personagem temperamental que não tem uma vida estável aos 40 anos e ganha a vida como caixeiro-viajante. Já que seu estilo de vida é algo meio “inaceitável” na sociedade nipônica, em cada filme, ele viaja para algum lugar e, invariavelmente conhece uma jovem por quem se apaixona. Porém, elas sempre preferem outro homem com estabilidade financeira e, resignado, Tora-san retorna para casa, para viver a mesma história no próximo filme.

Foram 48 filmes lançados em 27 anos, todos com o mesmo elenco principal. Na mostra do CCSP, será possível assistir a “Tora-San tira férias” e “O Resgate de Tora-San”. Além destes, estão programadas também as exibições das seguintes obras: “Família”, “Anos Dourados do Cinema”, “Meus Filhos”, “Em Busca do Arco-íris”, “Escola II”, “Escola IV” e “Crepúsculo Seibei – Samurai ao entardecer”.

Os filmes serão exibidos em suporte 35 mm com legendas em português. A idade recomendada é de 14 anos e a entrada é franca, porém é preciso retirar os ingressos uma hora antes de cada sessão.

Serviço:

  • O Cinema de Yoji Yamada
  • Onde: Centro Cultural São Paulo, Avenida Vergueiro, 1000 – Paraíso – São Paulo
  • Quando: De 12 a 17 de fevereiro
  • Quanto: Entrada gratuita. É necessário retirar o ingresso com uma hora de antecedência
  • Fone: (11) 3383-3402
  • Site: http://www.centrocultural.sp.gov.br

Programação:

12/2, terça-feira
16h – Família (Kazoku, Japão, 1970)
18h – Anos dourados do cinema (Kinema no Tenchi, 1986)
20h – Tora-San tira férias (Otoko wa Tsuraiyo - Torajiro no Kyujitsu, 1990)

13/2, quarta-feira
16h – Meus Filhos (Musuko, 1991)
18h – O Resgate de Tora-San (Otoko Wa Tsuraiyo: Torajiro Kurenai no Hana, 1995)
20h – Em Busca do Arco-íris (Niji o Tsukamu Otoko)

14/2, quinta-feira
16h – Escola II (Gakko II, 1996)
18h – Escola IV (Issai Gakkou IV, 2000)
20h – Crepúsculo Seibei - Samurai ao entardecer (Tasogare Seibei, 2002)

15/2, sexta-feira
16h – Escola IV (Issai Gakkou IV, 2000)
18h – Escola II (Gakko II, 1996)
20h – Meus filhos (Musuko, 1991)

16/2, sábado
16h – Em busca do Arco-íris (Niji o Tsukamu Otoko, 1996)
18h – Tora-San tira férias (Otoko wa Tsuraiyo - Torajiro no Kyujitsu, 1990)
20h – O resgate de Tora-San (Otoko Wa Tsuraiyo: Torajiro Kurenai no Hana, 1995)

17/2, domingo
16h – Crepúsculo Seibei - Samurai ao entardecer (Tasogare Seibei, 2002)
18h15 – Família (Kazoku, 1970)
20h – Anos dourados do cinema (Kinema no Tenchi, 1986)

Carnaval de São Paulo homenageia imigração japonesa

Não assisti ao vivo nem na TV, porque sinceramente não sou muito fã de carnaval, mas encontrei agora no youtube imagens do desfile que homenageou o centenário da imigração. Posto abaixo:

Primeira parte

Segunda parte


No site da Globo.com tem uma matéria interessante, com direito a vídeo bem editado, mas só é possível assistir lá. O texto, no entanto, eu colo aqui:

(colagem sobre fotos de Marcos Ribolli, do site G1)

Com desfile imponente, Vila Maria homenageia imigração japonesa Escola levou para avenida carro em formato de samurai. Cores fortes e roupas feitas com tecidos vindos do Japão foram apresentados.
Isabela Noronha e Luísa Brito Do G1, em São Paulo

O mistério e a beleza da cultura japonesa foram mostrados em uma explosão de cores e brilho pela Unidos de Vila Maria, terceira escola a desfilar na primeira noite do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo.

A escola, que terminou a apresentação em 62 minutos, fez uma homenagem ao centenário da imigração japonesa, com o enredo “Irashai-Mase [bem-vindo, em japonês], Milênios de Cultura e Sabedoria no Centenário da Imigração Japonesa”.

A Vila Maria levou para a avenida uma mistura de cores fortes e fantasias cheias de detalhes, feitas com tecidos exclusivos vindos do Japão. Nem o presidente da escola, Paulo Sérgio Ferreira, escapou do traje japonês. Uma chuva de papel prateado fez o espetáculo visual ainda mais bonito.

Os 5 mil componentes entraram no Sambódromo do Anhembi com o rosto maquiado. O refrão "A bateria tá aí, vem ver" animou o público, que cantou junto com a escola. Uma chuva de papel prateado fez o espetáculo visual ainda mais bonito. Até o casal de mestre-sala e porta-bandeira, vestido com roupas com grandes plumas azuis, se apresentou com os rostos pintados.

Entre os destaques estava o carro alegórico em formato de um samurai. O abre-alas tinha uma imagem do tori, o portal sagrado da cultura oriental. Vários carros apresentavam bonecos que se movimentavam ao longo da avenida.

A escola foi tão atenta aos detalhes do desfile que até a pele dos tambores dos sambistas possuiam imagens de templos japoneses.

Outro trunfo da escola foi a rainha de bateria, Valeska Reis, de 22 anos, que também é a rainha do carnaval de São Paulo.

Caracterizado como uma gueixa, o drag queen Eudes tentava equilibrar a enorme "peruca" durante a concentração. “É uma roupa estilizada e desenhada para este carnaval”, explicou o carnavalesco da escola, Wagner Santos. Mas ele garantiu que a fantasia não é pesada. “É toda feita no strass e no arame vazado para não pesar”, disse.

Segunda colocada do Grupo Especial de 2007, a Unidos de Vila Maria traz para este desfile cinco carros alegóricos, número máximo permitido pela comissão julgadora. Cada um deles tem, em média, 50 metros de extensão. A exceção é o abre-alas, o maior carro levado ao Anhembi este ano, com 110 metros de comprimento.

Surpresa de madrinha

A madrinha de bateria da Unidos da Vila Maria, a dançarina japonesa Yuka Chan, de 36 anos, fez uma surpresa para o público.

Yuka estava vestida com um quimono e, quando a bateria recuou, ela tirou a roupa e ficou de biquíni. A dançarina mora em Taubaté, mas fica de quatro a cinco meses todos os anos no Japão. "Fiquei muito feliz em ter sido convidada porque gosto muito de samba e do Brasil", disse.

Ela já desfilou sete vezes em escolas de samba do Rio de Janeiro e, em 2003, saiu pela Rosas de Ouro. Para o desfile da Vila Maria, ela disse estar "ansiosa, mas não nervosa". A escola de samba tomou muito cuidado com os detalhes. Os integrantes da diretoria desfilam com blusas que imitam quimonos ou camisas de golas altas, no estilo japonês.

O carro abre-alas da Unidos da Vila Maria, chamado "Milênios de Cultura e Sabedoria", foi dividido na chegada da escola à dispersão para não atrapalhar a saída dos componentes. Com 110 metros, o abre-alas da Vila Maria foi um dos maiores carros entre todas as escolas do Grupo Especial.

Os integrantes da escola correram para retirar quatro grandes bonecos do carro, que saiu da avenida com 34 minutos de desfile.
Com o fechamento dos portões, os integrantes da escola começaram a comemorar aos gritos de “é campeã, é campeã”. O presidente da escola, Paulo Sérgio Ferreira, o Serginho, também estava confiante no título. “Eu acho que é a favorita, os outros que corram atrás”, afirmou.

Com quase 4.900 componentes, a escola fez um rígido controle do tempo para não perder pontos por atraso. Ao longo do desfile, dez diretores de cronômetro marcavam o tempo e se comunicavam via rádio para que as alas evoluíssem no tempo correto.

# Princípios e Valores do Samurai com Claudio Ayabe


Para comemorar os 100 anos da chegada dos japoneses ao Brasil, a Saraiva promove até o mês de junho eventos ligados à cultura japonesa.
Neste mês, conheça com o empresário Cláudio Ayabe técnicas para vencer o medo e adversidades do cotidiano através do espírito Samurai.
Ayabe é autor de Gambaru - O Poder do Esforço e da Perseverança, obra na qual afirma que todo indivíduo é capaz de superar limitações, de vencer as adversidades e de credenciar-se para usufruir do sucesso profissional e da realização profissional. "Gambaru não é um livro comum. É, antes, o resultado da observação aguçada da vida na grande cidade e da revalorização do código de conduta dos guerreiros japoneses", enfatiza o autor.

Serviço:
  • Centenário da Imigração Japonesa - Princípios e Valores do Samurai
  • Local: Livraria Saraiva Shopping Paulista
  • Endereço: Rua Treze de Maio, 1.947 - Paraíso - Piso Térreo 13 de Maio - São Paulo - SP
  • Informações: 3289-5873
  • Data: 18/01 às 20h

Nikkeis estão integrados à sociedade brasileira, diz autor de livro

Matéria da Folha Online

O advogado tributarista Kiyoshi Harada, 66, lança nesta terça-feira o livro "O Nikkei no Brasil", que retrata a trajetória da comunidade japonesa no país --nikkeis são os japoneses que vivem no exterior ou descendentes nascidos fora do Japão. Para Harada, a imigração no Brasil deu mais certo quem outros países porque, aqui, os japoneses, desde os anos 80, estão efetivamente integrados à sociedade.

"Tem alguns japoneses que ainda vivem na década de 50. Nós temos que acabar com essa idéia de colônia, de formar um grupo étnico fechado. O correto é a dispersão, é a integração com a sociedade brasileira. Ela exerce uma força centrípeta sobre todas as etnias, e aquele segmento que tiver mais força transmite sua cultura."

Harada ressalta que o sucesso da integração entre japoneses e brasileiros não está ligado ao tempo de convivência. "No México, eles comemoraram o centenário de imigração em 98, mas não há participação da comunidade nikkei na vida nacional. No Havaí a imigração ocorreu no século 19, mas a integração também não é total. Em 2005, na Convenção de Nikkeis, soube que, lá [nos EUA], houve um único senador nikkei. Não há mais nenhum nome expressivo no parlamento. Não há magistrados, ministros, cientistas."

Em contrapartida, no Brasil, Harada observa que o primeiro vereador nikkei, Yukishigue Tamura, foi eleito em São Paulo ainda em 1947, que o atual comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, é nikkei, assim como o mesa-tenista Hugo Hoyama, brasileiro que conquistou mais medalhas na história dos Jogos Pan-Americanos. E a lista não pára.

"O nikkei sabe que precisa preparar seus descendentes porque, se não houver um deputado, um jurista, um artista, um esportista, um jornalista nikkei, não vamos influenciar nada. Nosso modo de preservação é o aspecto cultural. Meu filho, por exemplo, não fala um 'a' no idioma japonês e só tem amigos não-nikkeis, mas detém a cultura japonesa."

História

Para Harada, a trajetória da comunidade japonesa no Brasil teve quatro etapas. Da primeira fazem parte os imigrantes que chegaram entre o navio Kasato Maru, em 1908, e a 2ª Guerra Mundial. Esse grupo tinha em comum o objetivo da viagem --arrecadar riquezas e retornar ao Japão. Já a segunda começa em 1956, com a retomada da imigração, e dura até 1962. Em comum, eles tinham a busca por uma nova pátria.

Na terceira fase, que vai do ano 1963 a 1980, os imigrantes começam a gozar de conforto no Brasil. Para Harada, a quarta fase começou em 1981 e ainda não terminou --trata-se da total integração com a sociedade brasileira e a transmissão da cultura milenar japonesa.

Preconceito

Harada conta ter sofrido muito preconceito enquanto estudava, na rede pública, em Osvaldo Cruz (662 km a noroeste de São Paulo). "Eu apanhava todos os dias na escola. Mas eu não guardo mágoa. Eu me recordo e rio porque, quando eu podia, eu revidava também."

Hoje, o advogado formado na Faculdade de Direito da USP e professor de graduação e pós-graduação em faculdades de São Paulo, Goiás e Brasília faz questão de ressaltar a gratidão ao Brasil. "Eu estudei na rede pública e na São Francisco. Se tivesse que estudar em uma faculdade particular, com certeza, não seria advogado."

Os pais de Harada chegaram ao Brasil de navio, em 1919. Ele nasceu em Marília (444 km a noroeste de São Paulo), mas só tem cidadania japonesa.

Folha Online estréia hoje um site especial sobre a imigração japonesa

Estréia hoje na Folha Online o site especial sobre os cem anos da imigração japonesa no Brasil, que teve início em 18 de junho de 1908 com a chegada de 165 famílias a bordo do navio Kasato Maru. Com atualizações freqüentes, a página acompanhará toda a programação do centenário.

Em seções fixas, o site terá informações sobre turismo, a trajetória da imigração, a história da família real japonesa, o Japão moderno, ícones da cultura nipônica (como mangás, judô, bonsais, ikebanas), o bairro da Liberdade e ainda consumo e tecnologia.

Em interação com o leitor, será possível enviar fotos, vídeos e histórias de famílias deixadas para trás no Japão e descendentes no Brasil. O especial da Folha Online dará ainda dicas de língua japonesa moderna. Videocasts e podcasts (com atualizações às quartas e segundas e às quartas e sextas, respectivamente) mostrarão personagens e discussões relacionadas à imigração japonesa e ao país.

"O conteúdo é extenso por conta da influência da cultura japonesa", diz Ricardo Feltrin, editor-chefe da Folha Online e colecionador de mangás (tem mais de 300 exemplares).

Um dos espaços trará receitas e dicas de culinária japonesa do blog Comes & Bebes, do editor de Arte da Folha Online Marcelo Katsuki.

E com atualizações por eventos, a galeria de fotos terá imagens relacionadas ao Japão e às comemorações do centenário, além de um álbum dedicado às imagens do navio Kasato Maru.

O site informa o que é necessário para ir ao Japão (o visto japonês para turistas custa R$ 57) e traz informações sobre o programa que leva brasileiros para trabalhar no país asiático e de como comunicar o nascimento de descendentes.

Documentos

Uma comissão de 150 voluntários, com idades entre 18 e 98 anos, trabalha na digitalização e tradução das certidões de embarque de 210 mil imigrantes de origem asiática que chegaram ao país em 322 navios, entre 1908 e 1972.


Liberdade não é mais japonesa

Da Folha Online: Em São Paulo, Liberdade atrai chineses, coreanos e nordestinos

O bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, é hoje um bairro predominantemente chinês, mas que mantém sua identidade nipônica devido ao interesse dos jovens pelo Japão. É o que defende o pesquisador japonês Koichi Mori, da USP. "Os imigrantes japoneses prosperaram, seus filhos se graduaram em universidades, tornaram-se médicos, advogados, e não havia herdeiros para os estabelecimentos comerciais", diz Mori. "Os chineses começaram a se estabelecer no bairro e adquiriram essas lojas."

"O chinês é um comerciante profissional", diz o nissei Tsuguo Kondo, 52, presidente da Associação dos Expositores da Feira da Praça da Liberdade. "Em geral, ele manteve o nome japonês da loja e continuou vendendo produtos japoneses."

Kondo vende yakisoba na feira do bairro há mais de três décadas e garante que, embora chineses e japoneses já tenham sido rivais em guerras, ao menos na Liberdade os dois povos têm convivência tranqüila: "É uma das coisas boas do Brasil, aqui todos se relacionam pacificamente".

Yen Jen Mei Lim, que veio da China para o Brasil em 1964, de navio, é dona de uma das lojas assumidamente chinesas da Liberdade, a Banri. "Aqui não tem apenas japonês, a Liberdade já é chamada de bairro oriental. Há muitos chineses e alguns coreanos", afirma. Para ela, é essa mistura de povos que atrai visitantes para o bairro.

Mori explica que, devido à sua localização central, a Liberdade sempre atraiu imigrantes. "No século 19, era reduto dos italianos", diz. Atualmente, orientais e seus descendentes dividem o bairro com imigrantes de outras origens, principalmente nordestinos.

Leia mais

  • Veja onde apreciar a culinária japonesa em São Paulo
  • Conheça o bairro da Liberdade com o "Guia Fique em São Paulo"
  • Sushi: Iguaria típica japonesa marcada pela simplicidade
  • Veja mais de 60 livros a partir de R$ 1,99; leitor tem 15% em outros 600 títulos
  • Especial

    Episódios da Imigração na Folha Online

    da Folha Online: Confira episódios da trajetória da imigração japonesa no Brasil
    Neste ano de 2008 é comemorado o centenário da imigração japonesa no Brasil. Conheça alguns episódios da trajetória dos japoneses no país:

    O tratado e a viagem

    Em 1907, o governo brasileiro publica a Lei de Imigração e Colonização, permitindo a migração entre os dois países. Em novembro daquele ano, o empresário Ryu Mizuno fecha acordo com o secretário de Agricultura de São Paulo, Carlos Arruda Botelho, para a introdução de 3.000 imigrantes japoneses.

    Em 28 de abril de 1908, o navio Kasato Maru parte do porto de Kobe, no Japão, rumo ao Brasil. O navio chega ao porto de Santos (litoral de São Paulo) com 791 imigrantes a bordo, 52 dias depois. Foram percorridas 21 mil milhas. A viagem marca o início da imigração japonesa.


    Arte/Folha de S.Paulo

    A adaptação

    Recém-chegados, os imigrantes foram distribuídos em seis fazendas paulistas para trabalhar principalmente nas lavouras de café. A até então próspera cafeicultura passava por um momento de grave crise, provocada pela concorrência internacional.

    Más condições de moradia e alimentação e dificuldade no entendimento com os fazendeiros em função da língua e da diferença de costumes são alguns dos motivos para o êxodo dos japoneses do campo para os centros urbanos

    O êxodo

    Após seis meses, dos 773 imigrantes enviados às fazendas, 430 já haviam deixado esses locais. Muitos foram trabalhar no cultivo de verduras e batatas em outras cidades, na capital e no interior paulista. Outros tentaram a sorte nas estradas de ferro da Noroeste, formando comunidades no Paraná e Mato Grosso, ou trocaram o Brasil pela Argentina.

    A cidade

    Após deixar as fazendas de café, uma parte dos imigrantes japoneses optou pela capital. Em 1912, os imigrantes japoneses passaram a residir na rua Conde de Sarzedas. O principal motivo era o preço baixo do aluguel e a localização central, o que permitia fácil locomoção aos locais de trabalho.

    Na mesma época, começaram a surgir atividades comerciais, escolas e estabelecimentos voltados à comunidade nipo-brasileira, que formariam o que hoje conhecemos como o bairro da Liberdade.

    Segunda Guerra

    Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os imigrantes sofrem uma série de restrições. O governo de Getúlio Vargas rompe relações diplomáticas com o Japão, fecha o consulado do país e ordena a suspensão da publicação dos jornais em língua japonesa.

    Escolas são fechadas e a comunidade não pode ouvir a transmissão de rádio e nem mesmo falar seu idioma. Em 6 de setembro de 1942, o governo decreta a expulsão dos japoneses das ruas Conde de Sarzedas e Estudantes.

    Somente em 1945, com a rendição do Japão, é que a situação se normaliza na comunidade.

    Novos imigrantes

    Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão perdeu o domínio sobre Taiwan, Coréia e Manchúria. Mais de 6 milhões de japoneses tiveram que retornar ao arquipélago, agravando o cenário de miséria e destruição. A política migratória foi retomada em abril de 1952. O Brasil volta a receber nipônicos para atender às indústrias paulistas que necessitavam de mão-de-obra. Após a guerra, mais de 53,5 mil japoneses chegaram ao Brasil.

    Dekasseguis

    O termo dekassegui designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar, temporariamente, em outra região. A crise brasileira e o crescimento da economia japonesa em meados dos anos 80 fazem com que muitos brasileiros nikkeis tentem a sorte no Japão. São os dekasseguis. Calcula-se que, em 1999, esses trabalhadores enviaram cerca de US$ 1,5 milhão ao Brasil.

    Fukuoka

    O site 100 anos de histórias vai me trazer muitas emoções neste ano, já percebi, pois permite que conheçamos histórias de outras famílias que são originárias da mesma província e Renato Yassuda deixou um comentário no meu perfil ontem, com convite para visitar o dele. A história de seu avô, Ryoichi Yassuda como um dos Pioneiros da Imigração é bela, honrada e emocionante. Além de surpreendente, pois ele chegou ao Brasil em 1906, ou seja, dois anos antes da chegada do famoso Kasato Maru.
    Li sobre estes primeiros imigrantes, os que vieram sem as companhias de imigração e foram desbravadores do país no livro Ayumi - Caminhos Percorridos, sobre o qual escrevi aqui e lá.
    Por falar em província, ontem um Shiraishi, que mora na Holanda, fez contato comigo através de um amigo brasileiro. Ele tem o Miyoji (miyodi, sobrenome) do meu Ditian e Furusato (furussatô, terra natal) e "furosato" (terra natal) da minha Batian... risos. Contei em detalhes .
    Ah, por falar em nomes, Silvio Sano postou sobre as curiosidades da escolha dos nomes dos filhos dos isseis.

    P.S. Sobre Fukuoka, no site constam alguns perfis linkados à província, mas o meu não entra!

    Nikkei do Brasil é tema de livro


    Li agora no Abril no Centenário. O livro "O Nikkei no Brasil", coletânea de textos sobre a imigração e a integração japonesas no Brasil, coordenada pelo professor Kiyoshi Harada, será lançado no dia 15 de janeiro, em um coquetel realizado no Hall da Assembléia Legislativa de São Paulo.

    A obra, com 630 páginas e 50 ilustrações fotográficas, foi escrito por Harada e 11 autores de diferentes áreas de conhecimento: André Ryo Hayashi, Décio Nakagawa, Isidoro Yamanaka, Kazuo Watavane, Kyoko Nakagawa, Masato Ninomiya, Massami Uyeda, Reimei Yoshioka, Renato Yamada, Roque Nishida e Tuyoci Ohara. A capa da publicação é assinada pelo artista plástico Kazuo Wakabayashi

    O livro traz 15 capítulos e, para cada tema ou episódio, são citadas diferentes personalidades do mundo artístico, cultural, político, esportivo, econômico, educacional e científico No final do livro, há uma relação das personalidades nikkeis, dos principais artistas plásticos e das escolas japonesas no Brasil.

    Serviço:
    • Lançamento do livro: “O Nikkei no Brasil”
    • Onde: Hall da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
    • Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - São Paulo
    • Quando: 15 de janeiro, às 19 horas
    • Quanto: Entrada Gratuita
    • Contato: www.centenario2008.org.br

    100 anos de histórias


    Recebi uma mensagem do escritor Silvio "Sam" Sano que deixo aqui:
    "Oi, Sam. Acho que isso deve interessar muito a vc. Conhece o site da Editora Abril (www.100anosjapaobrasil.com.br ) sobre os imigrantes? Pois é, lá está a minha história, como tb pode estar a sua, vinculada a da comunidade nikkei e deve ser interessante. Que tal? Faça uma visita lá e aproveite para deixar um comentariozinho na minha. Caso interesse em colocar a sua, avise-me para que eu peça à jornalista para fazer-te o contato. E parabéns pelo laboroso, mas parecendo muito prazeroso, estimulo à auto-estima e à reflexão que tem feito."
    O link para conhecer a galeria de Silvio, autor do livro Sonhos que de cá segue, está aqui.
    Posto para agradecer, para deixar o convite para que leiam a história dele e igualmente para convidar a todos a contar a história de suas famílias imigrantes lá! Eu já fiz o meu perfil, está aqui.
    E um feliz ano do Centenário da Imigração para todos! :)